Especial IA generativa: A sociedade toma consciência do potencial (e do risco) de uma inteligência artificial cada vez mais omnipresente

Os avanços que estão a ser feitos na inteligência artificial são fundamentais para o progresso da humanidade em muitos domínios, mas legislar sobre o seu desenvolvimento, comercialização e utilização de forma sensata, sem sufocar a inovação, é um imperativo global.

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A sociedade toma consciência do potencial (e do risco) de uma inteligência artificial cada vez mais omnipresente

Por Redação

2023 é, sem dúvida, o ano da inteligência artificial. Nós, nos meios de comunicação social, estamos bem cientes disso: tudo o que é anunciado com esta tecnologia gera interesse… e audiência. Embora não seja de modo algum nova – nasceu nos anos 50 do século passado e tem vindo a proliferar nos últimos 15 anos graças a um maior poder de computação, conectividade e análise de dados – a inteligência artificial penetrou maciçamente na consciência da sociedade – que finalmente sabe que ela existe e o poder que tem – sob a forma de IA generativa, uma das suas variantes, o ramo que se ocupa da criação de textos e imagens originais a partir de dados existentes e que foi trazido para a cena por empresas como a OpenAI, criadora da omnipresente plataforma ChatGPT, ou a Google, com a sua proposta Bard, entre outras. Para nos ajudar a compreender melhor o potencial da inteligência artificial (IA), convidámos Paulo Figueiredo (Starkdata), e Gabriel Coimbra (IDC) que abrem este “Especial” explicando de forma objetiva e clara as razões pelas quais as empresas devem estar conscientes das oportunidades que esta tecnologia lhes traz e agir rapidamente para aproveitar as oportunidades que se apresentam.

Mas a inteligência artificial, no seu sentido mais lato, é muito mais – está no centro da Quarta Revolução Industrial, como recordam os principais especialistas consultados para um dos relatórios do AI Special 2023 – e afeta todos os setores produtivos e múltiplas atividades com claro impacto na sociedade, desde a melhoria dos serviços públicos, à gestão da mobilidade, da energia ou do ambiente, até à otimização dos processos industriais.

O valor da IA generativa num mercado em revolução

O interesse pela IA em geral já está a traduzir-se em investimentos tecnológicos concretos nesta área em todos os países desenvolvidos do mundo. Em Portugal, a IDC prevê que o investimento em Business Analytics & IA ultrapasse 500 milhões de euros. Para Gabriel Coimbra: “A convergência das soluções de Business Analytics e Inteligência Artificial é o catalisador que impulsiona a transformação dos negócios, permitindo que as organizações tomem decisões estratégicas baseadas em insights precisos. Essa poderosa combinação de tecnologias abre as portas para a inovação, eficiência operacional e vantagem competitiva, capacitando empresas a desbravar novos horizontes num mundo cada vez mais orientado para os dados. Nos próximos anos, as previsões da IDC apontam para um crescimento relevante neste segmento, não só em Portugal como também a nível mundial”

O peso da lei e o envolvimento da sociedade

Como qualquer tecnologia, a utilização da inteligência artificial não está isenta de riscos, uns decorrentes dos enviesamentos que ocorrem no seu desenvolvimento (uns intencionais e outros não, que replicam as injustiças sociais e os estereótipos de que somos vítimas em todo o planeta) e outros resultantes da utilização perniciosa que alguns poderosos podem fazer dela e que podem mesmo violar os direitos humanos mais essenciais. É por isso que é tão importante regulamentar a inteligência artificial, uma questão em que a UE, um porta-estandarte legislativo global, está a trabalhar com particular afinco, e no âmbito da qual já está a ser processado o futuro regulamento sobre a utilização desta tecnologia, que se tornará, possivelmente no final deste ano, a primeira lei abrangente sobre IA no mundo. “Legislando o tsunami de IA, a lenta jornada de uma corrida vertiginosa”

Mas apesar de todos os esforços em produzir uma forte e cuidada regulamentação por parte das autoridades europeias, ainda “existe quem defenda que os riscos de utilização da tecnologia determinam a necessidade de um posicionamento forte regulatório, ainda que não exista grande definição do que isto quer dizer.” Catarina Santos Nunes (Starkdata) ajuda-nos a compreender melhor os desafios de ordem legal que a IA generativa traz às empresas.

No entanto para que a sociedade compreenda melhor e se sinta incluída nesta revolução, como diz Reggie Townsend, “precisamos de ajudar a sociedade a aumentar o nível de literacia digital”.

Para o João Geraldes, docente universitário, é necessário atualizar os conteúdos no ensino superior, assim como oferta formativa, para responder às necessidades do mercado, porque os alunos não só esperam que os conteúdos sejam ensinados de forma mais dinâmica, interativa e colaborativa, como mais ajustado às exigências do mercado de trabalho.

Os obreiros desta revolução tecnológica

As tecnológicas como a Microsoft, a SAP, o SAS, a Salesforce e a IBM estão a trabalhar diariamente num conjunto de soluções que ajudam a vislumbrar embora ainda muito no inicio, como será extraordinário a capacidade de automação, criatividade e apoio ao cliente da IA generativa. Aliás o Grupo Pestana explica-nos bem, neste “Especial” a enorme importância do uso de soluções CRM com IA generativa. Assim como o Banco Montepio nos explica como inteligência artificial generativa pode aperfeiçoar os seus serviços financeiros de forma preciosa para os seus clientes. De outro modo Gianluca Pereira (Visor.ai) explica-nos “que uma das principais vantagens é a capacidade de personalizar a experiência do cliente de forma única e individualizada.”

Fica para nós claro que todos os intervenientes nesta revolução tecnológica tem as mesmas preocupações, éticas e morais e que estão em conjunto a cuidar para que não existam abusos ou vieses que nos prejudiquem enquanto sociedade, e que a automação, o desenvolvimento criativo, e a gestão de dados, vão trazer às empresas maior capacidade de dar aos seus clientes o serviço e os produtos que este pretendem. Pode então afirmar-se que esta revolução tecnológica, não só não exclui ninguém, como coloca as pessoas no centro da equação.




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