Para lá da proibição, o importante órgão de comunicação social americano está a considerar processar o ChatGPT no meio de negociações controversas com a OpenAI para exigir o pagamento pela utilização das suas histórias.

Por Francisca Domínguez Zubicoa
Os direitos de autor tornaram-se um dos vários conflitos que se colocam em relação às ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa, como o ChatGPT, que utilizam conteúdos disponíveis online para treinar os seus modelos. Um dos primeiros meios de comunicação social a tomar medidas em relação a esta questão é o importante meio de comunicação social norte-americano The New York Times (NYT), que atualizou os seus termos de serviço para proibir a utilização não autorizada dos seus conteúdos para treinar estes sistemas.
A política do meio de comunicação visa proteger os direitos de autor do seu conteúdo, incluindo texto, imagens, metadados e outros, e surge na sequência do lançamento do GPTBot, um novo sistema OpenAI que percorre a Internet para treinar os seus modelos, impedindo o acesso a fontes que exijam subscrições pagas, recolham informações de identificação pessoal ou contenham conteúdos que vão contra as políticas da empresa de Sam Altman. No entanto, deixa ao critério dos proprietários dos sites a definição destas restrições de conteúdo.
Conversas tensas que podem acabar em tribunal
Segundo a NPR, o NYT e a OpenAI estão há algum tempo em “negociações tensas” para que a empresa-mãe do ChatGPT pague para utilizar o conteúdo do meio de comunicação nova-iorquino, discussões que “se tornaram tão controversas que o jornal está a considerar uma ação legal”.
Para o jornal, o ChatGPT tornou-se um concorrente direto ao fornecer respostas baseadas nos textos originais dos repórteres do jornal. Se a justiça concordar com o NYT, ordenará a destruição do conjunto de dados da ferramenta, obrigando a plataforma a recriar essa base de conteúdo apenas com informações autorizadas.