A TSMC vai construir uma fábrica de chips na Alemanha

A criação da fábrica será articulada através de uma joint venture em que a empresa taiwanesa deterá uma participação de 70%, com a Bosch, a Infineon e a NXP a contribuírem com 10% cada. O projeto, enquadrado na Lei Europeia dos Chips, ultrapassará os 10.000 milhões de euros em investimentos.

Por EM. com João Miguel Mesquita

Depois da Intel ter anunciado a abertura de duas fábricas de chips na Alemanha, o país germânico conseguiu captar um novo projeto de construção de outra fábrica no seu território, liderado por nada mais nada menos do que o gigante taiwanês TSMC, que irá operar a futura fábrica, e no qual participam também a Bosch, a Infineon e a NXP (a primeira com 70% e as outras três com 10% cada).

As quatro empresas criarão uma empresa comum denominada European Semiconductor Manufacturing Company (ESMC), que construirá uma fábrica em Dresden, orientada para os setores industrial e automóvel e que empregará cerca de 2.000 profissionais de alta tecnologia. A ESMC tem como objetivo iniciar a construção da fábrica no segundo semestre de 2024 e iniciar a produção no final de 2027.

O projeto, que ainda está pendente de aprovações regulamentares, envolve investimentos de mais de 10 mil milhões de euros, incluindo injeção de capital, dívida e apoio da União Europeia e do governo alemão.

Como afirmou o CEO da TSMC, Chung Ching Wei, na declaração em que anunciou a nova empresa comum, “a Europa é um local muito promissor para a inovação em semicondutores, especialmente nos domínios automóvel e industrial, e esperamos dar vida a essas inovações através da nossa avançada tecnologia de silício com o talento da Europa.”

Mais um passo da UE para diminuir a sua dependência tecnológica de países estrangeiros

A iniciativa faz parte da Lei Europeia dos Chips, através da qual Bruxelas pretende reduzir a dependência da UE em relação a países estrangeiros no mercado dos microchips, principalmente da Ásia e, sobretudo, de Taiwan, cuja quota de mercado na produção de chips é de 56%, com a TSMC na vanguarda, e da Coreia do Sul, com uma quota de 17% e a Samsung na vanguarda.

Neste mercado, que é fundamental para sectores como as TI e a indústria automóvel, entre muitos outros, o Velho Continente é pouco relevante, e a UE produz atualmente apenas 8% dos chips à escala mundial. Com a sua Lei dos Chips, Bruxelas pretende que esta percentagem atinja os 20% até 2030.

Na Península Ibérica, Espanha, está em sintonia com os objetivos da Europa e com o seu chip PERTE, também está a conseguir atrair investimentos no sector dos semicondutores. No passado mês de julho, Charlie Kawwas, presidente da empresa americana Broadcom, anunciou que iria instalar uma nova fábrica europeia de chips neste país, com um investimento de mil milhões de dólares. Além disso, a Cisco vai também abrir o seu primeiro centro europeu de conceção de chips em Barcelona e a Intel vai instalar um laboratório de conceção de semicondutores em Barcelona.


Tags


Deixe um comentário

O seu email não será publicado