A agência europeia elaborou um documento que descreve os benefícios e os riscos da aplicação da inteligência artificial ao longo do ciclo de vida dos medicamentos.

A inteligência artificial (IA) está a ser incorporada em todos os aspetos da vida quotidiana, bem como numa grande variedade de setores económicos. A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) publicou e abriu para consulta pública um projeto de documento que analisa o impacto, positivo e negativo, da utilização desta tecnologia em todo o ciclo de vida dos medicamentos, desde o desenvolvimento até à regulamentação.
O texto, que estará aberto a consulta pública até 31 de dezembro deste ano para que todas as partes interessadas possam comentar, aborda o potencial impacto da utilização da IA e da aprendizagem automática no desenvolvimento de medicamentos tanto para humanos como para animais.
Entre os benefícios da utilização da IA neste setor contam-se a possível substituição ou redução da utilização de animais para ensaios pré-clínicos de medicamentos, bem como a filtragem e seleção de doentes para ensaios clínicos com base em determinadas características da doença ou outros parâmetros.
No entanto, a utilização da IA também pode trazer desafios, como a compreensão dos algoritmos ou possíveis falhas técnicas durante o desenvolvimento de medicamentos. Por conseguinte, a EMA apela a que a orientação destes projetos seja sempre assegurada por um ser humano, a fim de cumprir os requisitos legais e éticos envolvidos.
Esta iniciativa faz parte do Big Data Steering Group (BDSG) da Rede de Diretores das Agências de Medicamentos (HMA) e da EMA. O texto final, que envolveu também o Comité dos Medicamentos para Uso Humano (CHMP) e o Comité dos Medicamentos Veterinários (CVMP) da EMA, terá em conta os comentários feitos pelas partes interessadas durante esta consulta pública.