Segundo consta, Biden está a considerar a possibilidade de restringir os serviços de cloud computing fornecidos pelos Estados Unidos a empresas de origem chinesa, o que teria um grande impacto nas atividades da Amazon, da Microsoft e da Google.

Por Irene Iglesias Álvarez
Aumento da tensão. O presidente norte-americano Joe Biden, democrata, está a considerar a possibilidade de restringir o acesso das empresas chinesas aos serviços de computação em nuvem fornecidos pelos Estados Unidos através das suas organizações. O facto foi revelado ao The Wall Street Journal por fontes familiarizadas com a situação. Uma decisão que tem como objetivo travar o livre acesso das empresas chinesas ao mais recente e vanguardista poder de processamento, a computação na cloud. Desta forma, a Administração Biden inicia um novo capítulo na batalha que está a travar contra a principal potência asiática pela soberania tecnológica.
Recentemente, foi revelado que Pequim se preparou para o rearmamento, colocando limitações à exportação de dois metais cruciais para o fabrico de semicondutores, o germânio e o gálio. Agora, porém, os Estados Unidos lançam um novo golpe ao anunciar que estão a considerar restringir o acesso das empresas chinesas às capacidades de computação na cloud sediadas nos EUA e, em especial, às que possuem hardware de inteligência artificial. Esta decisão vem juntar-se à anunciada há alguns dias, quando se soube que os EUA estão a considerar restringir as exportações de chips de inteligência artificial (IA) para o país asiático.
Se esta última medida fosse adotada, os Estados Unidos obrigariam provavelmente os fornecedores de serviços na cloud, como a Amazon, a Microsoft e a Google, a pedir autorização às autoridades do país antes de fornecerem serviços de cloud aos clientes chineses, segundo o The Wall Street Journal. Mais uma vez, seria o próprio Departamento do Comércio a dar – ou não – a luz verde.
Apenas o início
O controlo das exportações chinesas de metais utilizados no fabrico de semicondutores é “apenas o início”. Foi o que deixou claro um influente conselheiro de política comercial, considerando que a batalha tecnológica entre as duas potências está a intensificar-se poucos dias antes da visita da Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, a Pequim. Uma reunião que visa acalmar as águas e estabilizar as relações económicas.