IBM e The Reef Company colaboram para revitalizar ecossistema marinho com recifes artificiais

Os recifes são baseados em tecnologia para acelerar a captura de CO2. As duas empresas poderão tirar partido das capacidades de IA e de analítica de dados para a monitorização e gestão destes recifes artificiais.

A IBM e a The Reef Company juntaram forças para promover a conservação do oceano. A The Reef Company tem a missão de construir 2.500 recifes artificiais, cobrindo cada um destes recifes uma área média de 50Km2, num investimento total de 500 mil milhões de dólares.

O objetivo principal é recuperar e revitalizar o ecossistema marinho e promover a captação de CO2. Juntamente com o suporte da IBM, o objetivo é tirar partido dos dados do oceano e da tecnologia para levar o projeto para o próximo nível.

A The Reef Company desenvolve módulos de recife, que são concebidos utilizando materiais com pegada de carbono-reduzida e são produzidos localmente. Estes blocos de construção criam a fundação para novos habitats subaquáticos, e possibilitam o crescimento da vida marinha (flora e fauna), enquanto servem como hotspot para a biodiversidade marinha.

Os recifes estão também equipados com a BluBoxx, uma plataforma de dados do oceano, que pode ser adaptada a diferentes ambientes para monitorizar e recolher um vasto conjunto de dados relacionados com o oceano.

A solução BluBoxx funciona com vários sensores e câmaras, que são alimentados através de painéis solares à superfície, utilizados para medir a salinidade; temperatura; pH; oxigénio dissolvido; pressão e dióxido de carbono.

A BluBoxx permite também a transmissão de dados a partir de dispositivos subaquáticos com sensores para a superfície. Os dados são então inseridos na plataforma cloud, que extrai insights relevantes que são utilizados para suportar a investigação oceânica, assim como servir uma enorme variedade de indústrias.

“A IBM, com a sua experiência de indústria, da IBM Consulting, e com a sua tecnologia de ponta, irá desempenhar um papel crucial para suportar os esforços da The Reef Company no processo de recuperação dos recifes de coral.  Ter uma arquitetura de dados bem concebida e dados suportados em factos pode ajudar a avaliar o desempenho e a medir o progresso face aos objetivos de ESG; os insights gerados a partir destes dados podem ajudar as organizações a irem ainda mais além dos seus programas de ESG e a promover a eficiência operacional; os relatórios ambientais credíveis devem ser apoiados em dados factuais. Tudo isto deve suportar a analítica e business intelligence, automação e IA, que poderão ajudar as organizações a aproveitar rapidamente as oportunidades de mercado, a criar valor para o cliente, a gerar grandes eficiências e a responder aos riscos”, referem Ricardo Martinho, presidente da IBM Portugal, e Jeroen van de Waal, CEO da The Reef Company, num artigo assinado em conjunto.

As duas empresas poderão potencialmente tirar partido das capacidades de IA e de analítica de dados da IBM, como watsonx, as soluções de software de sustentabilidade como a IBM Environmental Intelligence Suite para a monitorização e gestão destes recifes de coral artificiais.

Ao tirar partido do poder das capacidades de IA generativa do watsonx, a IBM pode analisar grandes volumes de dados recolhidos de várias fontes, como imagens de satélite, sensores subaquáticos BluBoxx e registos históricos, para identificar padrões e prever potenciais ameaças aos recifes de coral. Esta abordagem proativa pode ajudar os ambientalistas a tomar medidas atempadas, a implementar estratégias de mitigação e a alocar recursos de forma mais eficaz.

A IBM Environmental Intelligence Suite, uma solução SaaS alimentada por IA, fornece inteligência acionável atempada e suportada em factos para gerir proativamente o impacto económico de eventos metereológicos severos e alterações climáticas, com base nos dados meteorológicos mais precisos do mundo.

A colaboração da IBM com cientistas, organizações ambientais e comunidades locais pode ajudar a impulsionar a inovação na recuperação dos recifes de coral, oferecendo soluções tecnológicas que apoiem uma tomada de decisão informada, uma gestão eficiente dos recursos e uma sustentabilidade a longo prazo destes frágeis ecossistemas.

Este novo acordo “tem o potencial de criar um poderoso impacto ambiental positivo, conhecimento, emprego, investigação académica e benefícios económicos para várias indústrias e comunidades locais”, referem os autores.

Recorde-se que O oceano cobre 70% da superfície da Terra e é o habitat de cerca de 80% de toda a vida no mundo. Todos esses organismos vivos geram 50% do oxigénio de que necessitamos para viver, absorvem 25% de todas as emissões de dióxido de carbono e capturam 90% do excesso de calor gerado por essas emissões. No entanto, de acordo com o National Oceanic and Atmospheric Adminstration, o aumento das emissões de gases com efeito de estufa está a afetar a saúde do oceano – aquecendo e acidificando a água do mar – reduzindo a capacidade do oceano de absorver o dióxido de carbono e salvaguardar a vida no planeta.




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