Setor de datacenters em Madrid vai movimentar investimento de 16.320 milhões de euros até 2026

Um relatório da associação SpainDC revela que a região atingirá uma capacidade de 613 MW até essa data, graças a uma taxa de crescimento anual de 43%.

Por Francisca Domínguez Zubicoa

“O centro de dados é a base da economia digital, somos a base que transformará a economia deste país”. Foi assim que Ignacio Velilla, presidente da SpainDC, iniciou a apresentação do relatório da associação sobre o mercado dos centros de dados em Espanha, que revelou como o país, e sobretudo Madrid, se transformou num verdadeiro centro de interconexão global. “É um setor que devemos deixar de dizer que tem um enorme potencial, porque já é uma realidade”, afirmou.

Os números comprovam-no. De acordo com o relatório, o setor dos centros de dados em Madrid, que já representa 80% da atividade em todo o país, movimentará um total de 16,32 mil milhões de euros até 2026, dos quais 6,12 mil milhões serão provenientes de investimento direto e 10,2 mil milhões de investimento indireto. Desta forma, o setor terá um impacto estimado de 11.527 milhões de euros no PIB da região.

Atualmente, a capital tem uma capacidade de 147 MW, que aumentará 98 MW por ano para atingir 613 MW em 2026. Isto graças a um crescimento médio do setor de 42,9% ao ano, 25 pontos percentuais acima da média dos mercados líderes neste domínio, os chamados FLAP (Frankfurt, Londres, Amesterdão e Paris), que crescerão a uma taxa de 17,8%. Se a tendência se mantiver, Madrid deverá registar um crescimento de 317% entre 2022 e 2026, altura em que atingirá uma dimensão equivalente a 70% do mercado parisiense.

Manuel Giménez Rasero, diretor executivo da SpainDC, afirmou que, com o relatório, “verificamos que o crescimento de Madrid continua imparável e com uma força extrema”, o que ratifica que “a conectividade, a localização e a energia limpa de Madrid impulsionam o desenvolvimento deste setor”. Acrescentou que “não há economia digital, não há transição verde, sem um centro de dados”.

No entanto, advertiu que não se deve esquecer que ainda existem desafios: a chegada de novas ferramentas (como a inteligência artificial) que exigem um maior volume de conectividade; a transição para as energias limpas, na qual a Espanha tem uma posição de liderança; a regulamentação, que em muitos casos coloca elementos que “obstruem desnecessariamente o progresso dos projetos”; o contexto económico; o aumento dos custos na cadeia de abastecimento; a falta de profissionais qualificados; e o desenvolvimento dos concorrentes da Espanha, que não só incluem as regiões FLAP, mas também o surgimento de novos intervenientes no setor dos centros de dados, como Portugal, Milão e Varsóvia.

“Há desafios pela frente”, disse Giménez, “mas estou convencido de que têm todas as capacidades industriais para fazer com que Madrid tenha um impacto positivo na economia espanhola até 2026”, afirmou, referindo-se aos mais de 100 membros da SpainDC que constituem a indústria dos centros de dados em Espanha, muitos dos quais estiveram presentes no evento.




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