O que é a encriptação? Explicação do pilar da cibersegurança

Com a informática atual, os dados encriptados digitalmente são mais ou menos impossíveis de desencriptar por meios convencionais.

Por Michael Crider

Ao nível mais simples e básico, a encriptação é uma forma de mascarar a informação para que não possa ser acedida imediatamente. Tem sido utilizada há milhares de anos, muito antes do aparecimento da era das TIC, para proteger conhecimentos confidenciais ou valiosos. A esta utilização e estudo dá-se o nome de criptografia.

A versão mais simples da encriptação é a encriptação de substituição básica. Os números são utilizados para substituir as letras, de modo a que uma mensagem possa ser enviada como um código. A mensagem não é imediatamente reconhecível, mas qualquer pessoa que conheça a fórmula pode rapidamente decifrar o seu conteúdo. De facto, os arqueólogos encontraram exemplos de pessoas a encriptar informação escrita com milhares de anos; desde oleiros mesopotâmicos que utilizavam barro até ao conjunto grego chamado Quadrado de Políbio, que exigia a utilização de uma chave e foi utilizado até à Idade Média.

Em tempos de guerra, os militares também cifravam as suas mensagens para garantir que os inimigos não saberiam dos seus planos se a comunicação fosse intercetada. Também tentavam quebrar outras cifras e descobrir padrões sem ter a chave original. Por exemplo, na Segunda Guerra Mundial, os militares alemães utilizaram um dispositivo eletrónico físico chamado Enigma para codificar e descodificar informações altamente complexas, permitindo uma comunicação rápida e secreta. Mas através de uma combinação de pesquisas diárias de códigos rotativos e análises avançadas, os Aliados conseguiram quebrar a encriptação da máquina, ganhando uma vantagem decisiva.

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Mas um código de encriptação não precisa de se basear em matemática complexa. Para as suas próprias comunicações via rádio, o exército americano utilizava uma fórmula em que os soldados falavam línguas nativas como o Comanche e o Navajo. Ao falarem uns com os outros nessas línguas, tanto em linguagem corrente como em códigos encriptados palavra a palavra, podiam transmitir informações através da rádio.

A cifragem eletrónica moderna

No mundo moderno, a encriptação é feita quase exclusivamente por computadores. Em vez de encriptar cada palavra ou letra com outra, ou mesmo seguir um padrão para o fazer, os bits individuais de dados são encriptados aleatoriamente, tal como a chave. Decifrar apenas uma pequena parte desta informação manualmente, mesmo que se tivesse a palavra-passe, levaria mais de uma vida.

Com a rápida computação disponível no mundo eletrónico, os dados encriptados digitalmente são mais ou menos impossíveis de decifrar por meios convencionais. Por exemplo, os uns e zeros que constituem o conteúdo digital de um ficheiro encriptado na norma Advanced de 128 bits. Os padrões são baralhados cerca de 10 vezes diferentes num padrão semi-aleatório. Para que outro computador os reorganize na ordem correta, sem a chave, levaria tanto tempo que o sol se queimaria antes de ser quebrado.

O que pode ser feito com a encriptação?

Todos os principais sistemas operativos modernos incluem pelo menos algumas ferramentas para encriptar os seus dados: Windows, MacOS, iOS, Android e Linux. O sistema Bitlocker no Windows é um exemplo. Em maior ou menor grau, pode encriptar todos os seus dados, exigindo uma chave para desbloquear. O mesmo se aplica ao armazenamento de ficheiros online e às suas informações pessoais guardadas noutros locais seguros, como o seu banco.




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