Maioria dos portugueses gostaria de passar menos tempo em frente aos ecrãs

Estudo Deloitte Digital Consumer Trends 2022 revela que 94% dos portugueses entre os 18 e os 65 anos têm um smartphone e 87% têm acesso a um computador portátil.

Por Sónia Santos Dias

A larga maioria da população portuguesa está atualmente ligada online através de dispositivos móveis de comunicação como smartphones ou computadores portáteis. A taxa de penetração de telemóveis de última geração nos consumidores entre os 18 e os 65 anos é de 94% em Portugal, sendo que 87% desses portugueses têm também acesso a um computador portátil.

Os dados são revelados no estudo anual da Deloitte Digital Consumer Trends 2022, que analisa os hábitos de utilização de produtos e serviços digitais pelos consumidores. Para isso, a Deloitte entrevistou 36.000 consumidores, 1.000 dos quais portugueses, provenientes de 21 países em

Apesar da utilização generalizada de dispositivos tecnológicos, metade dos consumidoresnacionais afirma que gostaria de passar menos tempo a olhar para ecrãs, sendo que o subgrupo os 44 anos. No entanto, apesar dessa vontade, o estudo conclui que a maioria dos portugueses fica acordada até mais tarde do que o planeado por estar em frente a um dispositivo (52%) e que utiliza o seu smartphone assim que acorda (63%), sendo ambas as tendências mais notadas entre os portugueses com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos.

As interações sociais a partir dos dispositivos móveis ficam também patentes no Digital Consumer Trends, com 78% dos portugueses a afirmar utilizar diariamente redes sociais e serviços de mensagens. A Deloitte conclui ainda que 80% dos entrevistados têm pelo menos um dispositivo de streaming de vídeo que se conectam à TV (24%).

Para Francisco Cal, Associate Partner da Deloitte, “estamos a atingir um plateau na utilização dos dispositivos: depois do crescimento acentuado no período da pandemia, a adoção de novos dispositivos abrandou. Poderíamos argumentar que isso se deve ao facto da maioria dos portugueses já terem telemóveis ou acesso a portáteis, mas a verdade é que a sua utilização caiu; a reforçar esta tendência a existência de uma vontade crescente de desligar os dispositivos e passar menos tempo em frente a um ecrã, sobretudo nas gerações mais novas. Não confundir, no entanto, estes dados com o impacto cada vez maior da tecnologia e do mundo virtual nas nossas vidas, e do potencial existente em inovações como o Metaverso ou os NTF”.

O estudo da Deloitte em Portugal revela que 72% das pessoas com smartphones ou wearables monitorizam pelo menos uma atividade nos seus dispositivos. O número de passos é a mais comum entre os portugueses (56%), seguido da frequência cardíaca (40%) e do tipo ou quantidade de exercício (35%). Neste campo, os consumidores mais jovens são mais propensos a fazê-lo: 81% dos portugueses dos 18 aos 34 anos monitorizam atividades de saúde nos seus dispositivos.

Relativamente ao 5G, disponível em Portugal desde o ano passado, uma minoria dos consumidores (16%) utiliza a tecnologia com regularidade, mas, entre estes, 34% admitem não conseguir distinguir o 5G da anterior rede 4G. Ainda assim, 66% dos portugueses que não ainda não tira partido do 5G de forma regular acredita que teriam melhor conectividade de rede se mudassem de 4G para 5G, mas apenas 30% dos utilizadores de smartphones dizem que mudariam de operadora com base na cobertura 5G.

No streaming de vídeo, popularizado durante o período pandémico, a Netflix é o serviço que mais atrai os portugueses (53%), à frente da Amazon Prime e do Disney+. No geral, 64% têm acesso a pelo menos uma Subscrição de Video On Demand (SVOD), no entanto, 12% dos consumidores cancelaram um serviço de streaming de vídeo nos últimos 12 meses. O principal fator foi a necessidade de canalizar esse custo para outros gastos para fazer face à subida de preços (24%).

Por fim, o estudo conclui que os portugueses estão divididos no que ao metaverso diz respeito: 32% portugueses sabe pelo menos uma coisa sobre o metaverso, mas uma proporção quase idêntica (33%) nunca ouviu falar desta dimensão.




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