Muitas empresas estabeleceram o objetivo de operar de forma mais sustentável. A forma como as empresas lidam com os seus dados tem uma grande influência sobre isto.

Por Florian Disson
O tratamento de dados e a digitalização são instrumentos cruciais para combater a crise climática. Para além do aspeto ecológico, a sustentabilidade também precisa de ser pensada em duas outras categorias: sociedade e economia. A sustentabilidade social tem a ver com inclusão e diversidade, ética e autodeterminação. Em termos económicos, a sustentabilidade pode ser interpretada em termos de débitos e créditos. As práticas de negócios lineares de recursos intensivos, tais como a embalagem de laranjas individuais, não são sustentáveis. As práticas comerciais circulares, onde os alimentos que estão prestes a estragar são alvo de descontos através de plataformas digitais, são.
As sociedades de hoje são também medidas pela sua maturidade digital. Portanto, a forma como entendemos os dados e utilizamos o potencial transformador da digitalização orientada globalmente tem enormes implicações para todas as categorias de sustentabilidade.
Pontos de partida de uma estratégia de dados
Em quatro áreas – tanto do ponto de vista interno como externo – as empresas devem trabalhar numa estratégia para extrair o máximo valor dos seus dados.
A primeira é como uma empresa pode contribuir para processos empresariais mais eficientes. Capturar dados em todo o processo de fabrico e torná-los disponíveis como pegada de carbono para o seu próprio desenvolvimento, mas também para os parceiros comerciais, tem um impacto significativo na sustentabilidade de todo o ecossistema.
Em segundo lugar, as empresas devem procurar oportunidades para desenvolver novos produtos e serviços baseados em dados – é aqui que uma melhor compreensão das necessidades dos clientes ajuda. Os dados podem ser utilizados para fazer com que os produtos durem mais tempo e utilizem menos energia. É possível ler a partir daí porque é que os clientes devolvem produtos e se criam mais desperdício do que beneficiam o cliente. A consequência disto pode ser a escolha de um modelo de negócio diferente, por exemplo, o aluguer em vez da compra.
A terceira área diz respeito à monetização dos dados: existem conhecimentos ou algoritmos que são tão valiosos para outras empresas que estariam dispostas a pagar por eles? Talvez um produto ou serviço que tenha sido desenvolvido para a sustentabilidade dos seus próprios processos empresariais possa também ser vendido a outras empresas. Desta forma, para além de rendimentos adicionais, também se poderia garantir que mais empresas se tornassem mais sustentáveis.
O quarto passo deveria ser esclarecer como a empresa pode obter novos conhecimentos a partir de dados de diferentes parceiros do ecossistema. Uma das formas seria disponibilizar livremente alguns dados para encorajar o desenvolvimento de novas soluções.
Simplificar dados e canalizá-los de formas significativas
A extração de valor dos dados funciona em múltiplos níveis. Se as empresas desenvolverem e implementarem uma estratégia holística para o efeito, isso levará a que os dados sejam simplificados e canalizados de uma forma significativa.
Isto é importante, porque os dados desempenham um papel central na digitalização. E, sem digitalização, não existe uma gestão empresarial sustentável.