O investimento inclui projetos de energia renovável no Brasil, Índia, África Subsaariana e Sudeste Asiático, com o objetivo de ajudar a promover a resiliência climática e a igualdade de género

A Salesforce anuncia a aquisição de 35.000 megawatts (MWh) de energia renovável, por ano, ao longo de oito anos (num total de 280 mil MWh) para acelerar o acesso à eletricidade limpa em países emergentes e ajudar a manter a meta da Salesforce de que 100% da eletricidade que usa corresponda a energia renovável.
O investimento a longo prazo será alcançado através de Certificados de Energia Renovável Distribuída (D-REC) – um mecanismo financeiro inovador para as organizações mobilizarem capitais para a implementação de projetos de pequena escala de energia renovável distribuída.
Atualmente, mais de 750 milhões de pessoas não têm acesso a eletricidade básica, enquanto outros 2 mil milhões sofrem com acesso inadequado e que não é de confiança. Os projetos de energia renovável distribuída podem fornecer o tão necessário acesso à eletricidade e ajudar a reduzir as emissões em comunidades ao redor do mundo. No entanto, os países emergentes são amplamente excluídos das compras empresariais devido a vários fatores, incluindo a dificuldade em agregar um grande número de projetos de pequena escala.
“Hoje em dia, quase 95% das compras empresariais de energia renovável ocorrem na América do Norte e na Europa. Precisamos de garantir que o resto do mundo não é deixado para trás”, afirma Megan Lorenzen, head of power sector decarbonization da Salesforce e coautora do relatório More than a Megawatt. “Pequenos projetos descentralizados de energia renovável podem, em muitos casos, gerar maior impacto do que grandes instalações em escala de serviços públicos, originando um maior impacto nas emissões e transformando positivamente vidas e comunidades em todo o mundo”.
Os benefícios sociais e ambientais deste passo
A compra de D-REC por parte da Salesforce irá concentrar-se na aquisição de projetos em mercados não tradicionais, proporcionando benefícios sociais e ambientais às comunidades. Os exemplos potenciais incluem:
– Índia: Uma micro-rede movida a energia solar em Nagaland, um estado do leste da Índia, onde uma comunidade isolada numa zona montanhosa irá receber eletricidade pela primeira vez. Além do acesso inicial à energia, a comunidade receberá também formação sobre como usar a energia de forma produtiva, como na operação de descascadores de arroz.
– Brasil: Um projeto que visa substituir antigos geradores a diesel por uma micro-rede movida a energia solar para uma comunidade remota ao longo do rio Amazonas, reduzindo assim o consumo de combustível em mais de 50% e beneficiando cerca de 1.000 pessoas.
– África Subsaariana: Um novo projeto solar na cobertura de um hospital rural no Gana para substituir os dispendiosos geradores a diesel que são utilizados. Adicionalmente, 30-40% dos empregos criados por estes projetos serão assegurados por mulheres.
– Sudeste Asiático: Uma micro-rede solar na região de Bornéu, na Malásia, pode abrigar 72% dos malaios rurais que não têm acesso à eletricidade. O projeto irá emparelhar um sistema solar com uma instalação micro hidroelétrica para fornecer energia fidedigna.
Cada projeto irá cumprir os resultados dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU alinhados à resiliência climática (ODS 9 e 11) e igualdade de género (ODS 5), e localizados em escolas, hospitais, instalações de serviços públicos ou em comunidades carenciadas.
A iniciativa demonstra também o compromisso da empresa com as recém-estabelecidas prioridades da política de justiça climática para ajudar a impulsionar uma transição equitativa para a neutralidade carbónica.
Para atingir a neutralidade carbónica a nível global, os investimentos anuais em energia limpa precisam de se expandir nos países emergentes para 1 bilião de dólares (do inglês trillion) até 2030 – um aumento de 7 vezes em relação aos níveis atualmente existentes. É algo que irá exigir a mobilização de milhões de dólares por ano para uma nova infraestrutura de energia.
Como parte desse foco global, a Salesforce também se juntou a outras nove empresas líderes no lançamento da iniciativa Emission First, que exige que os padrões contabilizáveis mudem para permitir que as compras empresariais se concentrem na descarbonização nas regiões onde o mundo mais precisa.