As 5 principais tendências de IoT

De acordo com um estudo realizado pelo Eseye, 96% dos 500 decisores seniores inquiridos confirmaram que os orçamentos para projetos de IoT continuarão a aumentar nos próximos 2-3 anos.

Por Vesku Turtia, diretor regional da Armis na Península Ibérica 

As soluções de Internet das Coisas (IoT, na sigla original) sempre prometeram proporcionar grandes benefícios a empresas de todas as dimensões, incluindo: maior produtividade, operações rentáveis, maior eficiência, melhor experiência do cliente, vantagem competitiva e muito mais. Mas se há uma tendência notável que dá o tom para 2023 e mais além, é o facto de os projetos de IoT continuarem a ganhar tração apesar dos ventos económicos contrários que alguns antecipam a curto prazo…

De “bom para ter” a maduro e fundacional

De acordo com um estudo realizado pelo Eseye, 96% dos 500 decisores seniores inquiridos confirmaram que os orçamentos para projetos de IoT continuarão a aumentar nos próximos 2-3 anos. Além disso, o crescimento do número de dispositivos ligados também voltou a acelerar em 2022 e espera-se que continue, com as organizações a analisarem múltiplos projetos ao mesmo tempo.

As preocupações de segurança permanecem

Para ilustrar como este crescimento continuará a manifestar-se durante os próximos anos, o IDC estima que 41,6 mil milhões de dispositivos IoT ligados irão gerar 79,4 ZB de dados até 2025. Infelizmente, cada “coisa” ligada a redes é também um ponto de entrada potencial para a empresa. Para melhor proteger esta superfície de ataque alargada, governos e empresas privadas estão a abordar em conjunto as preocupações de segurança da IoT:

·       O governo dos EUA está a tomar uma série de medidas para reforçar a cibersegurança da nação em geral, mas também para modernizar as implementações de IoT, especialmente as utilizadas em infraestruturas críticas.

·       Na Europa, foram publicadas orientações semelhantes pela Agência da União Europeia para a Cibersegurança (ENISA), visando especificamente os operadores de IoT e as infraestruturas críticas.

Falta de competências

Para além das preocupações de segurança, muitas organizações carecem do pessoal e recursos necessários para implementar e gerir totalmente os sistemas de IoT. Isto pode incluir aspetos como: levantamentos extensivos do local e análise, planeamento, testes e implementação.

De acordo com um estudo da Inmarsat, que contemplou   450 inquiridos, apenas 20% das organizações têm as competências necessárias para integrar com sucesso a IoT nas suas operações. Apenas 32% dos inquiridos afirmaram possuir todas as competências necessárias a níveis de liderança sénior para integrar plenamente a IoT nas suas estratégias comerciais globais. 

Sem todos estes conjuntos de competências, as empresas continuarão a lutar para integrar os projetos de IoT na organização de forma mais ampla. Se necessário, devem recorrer a parceiros externos para fornecer ajuda especializada e conhecimentos especializados.

5G Privado

Os primeiros utilizadores na indústria transformadora, segurança pública e gestão da cadeia de abastecimento, só para citar alguns, estão a começar a implementar 5G para apoiar casos de uso como fábricas inteligentes e uma maior utilização de sensores IoT, devido à expansão da cobertura, aumento da capacidade e baixa latência. Embora seja pouco provável que o 5G privado substitua o Wi-Fi a curto prazo, pode permitir alguns casos de uso em tempo real, especialmente para situações de IoT e edge computing.

Ao contrário de uma rede pública 5G, as redes privadas oferecem um grau de controlo que de outra forma poderia não ser possível. Também permite uma resposta mais rápida a questões de segurança e qualidade de cobertura. O caminho para obter um sistema de grau de produção totalmente integrado que satisfaça estes e outros casos de uso pode ser massivo. Alguns fornecedores começaram a oferecer 5G privado como um serviço gerido, incluindo pontos de acesso, cartões SIM, integração e gestão global do sistema.

A Internet das Coisas Médicas (IoMT) e os seus desafios específicos

Basta uma pesquisa rápida na Internet para ver que as organizações de cuidados de saúde têm sido um alvo preferencial para os cibercriminosos nos últimos anos. Porquê? Porque durante a pandemia da COVID, as defesas das organizações de prestação de cuidados de saúde estiveram em baixo, uma vez que se concentraram em responder ao desafio de prestar cuidados durante este tempo extremamente desafiante.

Além disso, os registos médicos contêm informações valiosas que podem ser exploradas e utilizadas para roubo de identidade ou outros fins nefastos. Como resultado, os preços praticados na dark web para um registo médico podem ser muito mais elevados do que os de um número de cartão de crédito roubado. Embora a última geração de dispositivos médicos conectados traga a promessa de melhores cuidados ao paciente, melhores dados clínicos, maior eficiência e custos reduzidos, também trazem riscos de segurança acrescidos. 

A resiliência está a tornar-se rapidamente a estratégia orientadora, não só para os cuidados de saúde, mas, também, para qualquer investimento em TI. Os profissionais de segurança da informação e a engenharia clínica precisam de combinar a sua abordagem aos cuidados ao paciente, gestão de riscos, resposta a incidentes e processos de recuperação.




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