Europa visa a soberania digital com o impulso para um novo plano de semicondutores

A União Europeia está a retirar-se da Ásia e dos Estados Unidos, apoiando um plano de chips de mil milhões de euros endossado pela UE-27. A UE está a procurar reduzir a sua dependência dos Estados Unidos.

Por Irene Iglesias Álvarez

A União Europeia dá um passo unânime para o futuro. Consciente dos danos causados pela dependência de terceiros para os semicondutores, especialmente durante as fases mais críticas da crise de abastecimento, a Europa impulsionou um novo plano de ação em prol da soberania digital.

A UE-27 acordou num plano de 45 mil milhões de euros para financiar a produção de chips na zona euro, promovendo o objetivo de reduzir a dependência da Ásia e dos Estados Unidos. Os enviados da UE, tal como avançado pelo representante da República Checa, que detém atualmente a presidência rotativa, apoiaram unanimemente uma versão modificada da proposta da Comissão Europeia.

Os ministros da UE reunir-se-ão no dia 1 de dezembro para aprovar o plano dos semicondutores, mas este terá ainda de ser debatido pelo Parlamento Europeu, no próximo ano, antes de se poder tornar lei.

Revisão pendente

O executivo europeu, que espera que os subsídios estatais ajudem o bloco a atingir uma quota de 20% da capacidade global de chips até 2030, apresentou a sua proposta após a escassez global de chips e os estrangulamentos na cadeia de abastecimento terem afetado vários setores críticos e uma série de empresas.

Um plano de ação sob a forma de proposta visa aumentar a atual quota da Europa na produção de chips, que atualmente se situa em 8%. Isto é significativamente inferior aos 24% nos anos 2000.

As alterações acordadas pelos enviados à proposta da Comissão incluíam permitir subsídios estatais para uma gama mais vasta de chips, e não apenas os mais avançados. Os subsídios abrangerão chips que tragam inovação em potência de computação, eficiência energética, ganhos ambientais e inteligência artificial. Além disso, como relatado pela Reuters, os países da UE também procuraram limitar os poderes da Comissão, argumentando que os seus pedidos de informação das empresas durante uma crise devem ser “proporcionais e centrados na segurança”.

Apesar disso, os legisladores da UE ainda se deparam com a tarefa de analisar a viabilidade dos fundos destinados a pagar o projeto. A Comissão tinha reservado capital de programas de investigação e fundos não gastos de outros esquemas, suscitando críticas de alguns países da UE sobre um possível benefício injusto para países que já possuem instalações de chips ou que estão prontos para atrair fabricantes de chips.




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