Empresas impulsionam formação interna face à falta de talento STEM

O crescimento e desenvolvimento imparável do ecossistema informático revelou uma lacuna significativa no talento especializado, forçando as empresas a reorientarem as suas estratégias para atrair e reter profissionais.

Por Irene Iglesias Álvarez

Apesar da atual situação global, marcada pela recessão incipiente, pela última vaga da pandemia e pela devastação da invasão russa da Ucrânia, o mercado das TI olha para o futuro com esperança. Isto foi confirmado pela firma de analistas IDC numa recente reunião em que participou a ComputerWorld. Espera-se que a indústria tecnológica continue a apresentar números significativos nos próximos anos, o que ajudará a manter a tendência ascendente de crescimento e desenvolvimento do setor. No entanto, esta previsão irá também aprofundar o atual fosso de competências que tem assolado o setor desde tempos imemoriais.

Neste contexto, as empresas têm sido forçadas a reorientar as suas estratégias para atrair e reter profissionais, combatendo frontalmente as elevadas taxas de rotatividade e formação. É o caso da ARBENTIA, a empresa de consultoria empresarial e informática, que optou pela formação para travar esta batalha. O parceiro Microsoft Dynamics lançou o seu próprio programa de gestão de talentos a fim de enfrentar “a falta endémica de profissionais STEM no mercado espanhol”. Um projeto que se baseia em três pilares fundamentais: progresso na gestão por objetivos, horários de trabalho flexíveis e reforço do recrutamento e desenvolvimento de talentos locais.

Como lidar com isto?

“A falta de talento STEM é hoje um dos principais desafios no setor tecnológico e continuará a sê-lo no futuro, num cenário económico em que as novas tecnologias desempenham um papel cada vez mais importante na competitividade das organizações”, explica Daniel Taboada, CEO da empresa. Assim, a flexibilização do horário de trabalho persegue um duplo objetivo: por um lado, permitir aos trabalhadores conciliarem melhor o seu trabalho e a sua vida pessoal e, por outro, permitir que cada indivíduo e a organização no seu conjunto se concentrem cada vez mais na realização dos objetivos estabelecidos, em vez de estarem no local.

As novas medidas são também acompanhadas de uma revisão dos planos de carreira e de formação, bem como da promoção do teletrabalho, que é agora possível graças à melhoria do local de trabalho digital. Com isto, a empresa tecnológica procura melhorar a experiência global dos seus empregados, o seu compromisso com a organização e a sua motivação; o que, como demonstrado por múltiplos estudos, tem um impacto direto na satisfação do cliente e nos próprios indicadores da empresa.

Fomentar o talento local

Do mesmo modo, a política de gestão de novos talentos da empresa visa igualmente promover os profissionais locais. “Nas nossas filiais na Galiza, Cantábria e Ilhas Canárias, temos excelentes profissionais com vasta experiência em indústrias muito específicas, exportáveis por toda a Espanha”, diz Taboada. Por esta razão, não só visam promover o desenvolvimento e utilização deste talento local, mas também encorajar o recrutamento de profissionais qualificados “em regiões fora das grandes capitais como Madrid ou Barcelona que, graças às novas tecnologias, têm a capacidade de acrescentar valor aos projetos em qualquer lugar”.




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