Russos mimetizam jornal “Der Spiegel” para fins de propaganda

A Meta diz ter esmagado duas campanhas de desinformação controladas a partir da Rússia e da China.

Os russos copiaram o jornal “Der Spiegel” para servir os seus objetivos de propaganda. Tal como a Meta, empresa-mãe do Facebook, relata num post de blogue, os manipuladores russos tentaram chegar aos utilizadores alemães através desta rede social em particular. Os atacantes também confiaram na falsificação de websites de grandes meios de comunicação. Já uma campanha chinesa visou principalmente grupos específicos nos EUA e na República Checa.

China tem como alvo as eleições para o Congresso dos EUA

De acordo com a Meta, pela primeira vez, uma campanha de desinformação proveniente da China tentou visar especificamente os cidadãos americanos em questões internas no período que antecede as eleições (as eleições para o Congresso dos EUA deverão ter lugar em novembro de 2022). Ao fazê-lo, os atacantes visaram tanto o lado esquerdo como o direito do espectro político.

Além disso, a República Checa também tinha sido alvo de uma campanha chinesa em menor escala. “Na República Checa, as atividades foram principalmente dirigidas contra o governo e criticaram o seu apoio à Ucrânia”, escrevem os peritos da Meta.

Segundo a casa-mãe, o conteúdo divulgado nas campanhas através do Facebook, Instagram, Twitter e duas plataformas de petição checas foi publicado durante o horário de trabalho típico na China. No entanto, as taxas de interação eram controláveis. Muitos utilizadores tinham notado que as mensagens eram manipulativas e tinham sido difundidas através de contas falsas.

Rússia confia na sofisticação e na força bruta

No caso do cenário russo, foi despendido consideravelmente mais esforço. Para além da Alemanha, os perpetradores visaram também França, Itália, Grã-Bretanha e a própria Ucrânia. De acordo com a Meta, a campanha de desinformação começou em maio de 2022. No centro estava uma rede de mais de 60 sites falsos. Os websites falsos foram modelados à imagem de grandes meios de comunicação – incluindo o “Der Spiegel”, “The Guardian” e “Bild”.

A principal mensagem da campanha era que a Rússia estava certa com a sua guerra de agressão e que as sanções ocidentais não seriam eficazes. Para este fim, foram distribuídos artigos, memes e vídeos de “notícias” através de várias plataformas, incluindo Facebook, Telegramas, Twitter, sites de petição, tais como Change.org ou o site de blogues LiveJournal. Em alguns casos, o conteúdo foi redistribuído através das páginas do Facebook das embaixadas russas na Europa e na Ásia.

“É a maior e mais complexa operação russa que conseguimos desmantelar desde o início da guerra na Ucrânia. Esta campanha representou uma combinação invulgar de sofisticação e força bruta. Os sites falsos e a utilização de muitas línguas diferentes ilustram o esforço que foi feito neste sentido. A distribuição através dos canais de comunicação social, por outro lado, baseou-se mais em anúncios grosseiramente apresentados e contas falsas”, diz o post do blogue.

A Meta diz ter partilhado as suas conclusões com outras empresas tecnológicas, investigadores de segurança, governos e autoridades para que também possam tomar medidas. Informações mais aprofundadas sobre as campanhas de desinformação e o seu conteúdo específico podem ser encontradas no Relatório CIB da Meta.




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