A tecnologia está ao serviço da flora e da fauna para preservar a biodiversidade graças aos benefícios dos algoritmos de controlo, monitorização de dados e robótica.
Por Irene Iglesias Álvarez

Mais uma vez, a tecnologia está ao serviço do planeta. Nesta ocasião, para evitar o que poderia ser a sexta grande extinção de espécies, graças ao projeto de Bots de Monitorização da Vida Selvagem promovido pelo Consejo Superior de Investigaciones Científicas (Conselho Nacional de Investigação Espanhol). Atualmente, o ritmo a que as espécies estão a desaparecer tem vindo a acelerar constantemente, suscitando preocupações e salientando a necessidade de medidas mitigadoras para travar a perda da biodiversidade. A tecnologia desempenha um papel fundamental nesta luta.
Algoritmos de controlo são fundamentais
A informação é poder, e neste caso, não há exceção. Neste contexto, é necessário ter censos de populações ameaçadas ao longo do tempo, o que na prática é um verdadeiro desafio devido ao investimento significativo de recursos envolvidos na contagem. Por esta razão, a geração de dados é cada vez mais complementada e aumentada pela implantação de redes de sensores móveis, localizadas em diferentes tipos de veículos autónomos. Estes dispositivos, para além de reduzirem os custos, são uma forma eficaz e precisa de obter informação sobre as espécies. No entanto, para os gerir, é crucial desenvolver algoritmos de controlo robustos e rápidos que monitorizem a posição e a velocidade do veículo autónomo a todo o momento e contrastem os dados com movimentos pré-desenhados.
Estes veículos autónomos – que podem ser veículos terrestres, aéreos ou aquáticos – são operados individualmente e aqueles que os operam são os que trabalham de forma coordenada. Neste cenário, o verdadeiro desafio matemático reside na conceção de algoritmos de controlo para que um único operador possa coordenar um grupo de robôs que executam uma tarefa de forma autónoma. Nos últimos anos, foram desenvolvidos vários métodos de coordenação de robôs, especialmente em robôs terrestres. Estes dispositivos são capazes de formar formas geométricas, que permitem alargar a área de cobertura.
Estes modelos, de acordo com o projeto, já demonstraram bons resultados no controlo da coordenação de drones e veículos terrestres autónomos. Atualmente, o objetivo é utilizar esta metodologia para coordenar drones e caiaques não tripulados para realizar um censo do veado pampa, uma espécie ameaçada, em zonas húmidas do Sítio Bahía Samborombón Ramsar (Buenos Aires), de difícil acesso por terra. Assim, o desenvolvimento de modelos matemáticos, específicos para este problema, permitirá a conceção de algoritmos de controlo para sistemas com mais de dois veículos, aplicáveis a outros desafios ambientais.