Tecnologia Esri contribui para melhorar o ambiente urbano, saúde e qualidade de vida em Lisboa

NOVA cidade – Urban Analytics Lab., da NOVA IMS, junta-se- a diversos parceiros e implementam projeto na aérea da educação ambiental, com o apoio da tecnologia ESRI.

O NOVA Cidade – Urban Analytics Lab., o laboratório de investigação e inovação na área das cidades inteligentes e sustentáveis da NOVA Information Management School (NOVA IMS) da Universidade Nova de Lisboa (UNL), localizado em Campolide, tem vindo, ao longo dos últimos anos, a desenvolver vários projetos sobre a forma como a gestão de informação e a ciência de dados pode ajudar a construir um novo paradigma à volta das cidades inteligentes e sustentáveis, através de abordagens data driven para o seu planeamento e gestão.

Um desses projetos foi o Sensing Campolide, cofinanciado pelo Fundo Ambiental, implementado em parceria com a Liga para a Proteção da Natureza (LPN) e a Escola Profissional das Ciências Geográficas (EPCG), e que contou com a colaboração de uma rede de stakeholders e parceiros, como a Junta de Freguesia de Campolide (JFC), a Turma do 9ºB da Escola Marquesa de Alorna (EMA) e os alunos do 3º ano dos Cursos Técnicos de Gestão do Ambiente e de Sistemas de Informação Geográfica da EPCG. – tal como começa por nos explicar Miguel de Castro Neto, Sub-Director da NOVA IMS e Coordenador do NOVA Cidade – Urban Analytics Lab “Este projeto faz parte de uma das dimensões de intervenção do laboratório, em concreto: trabalhar, de forma efetiva, com a comunidade que nos rodeia e partilhar o nosso conhecimento com a mesma, especialmente no contexto da literacia de dados. Como a NOVA IMS e o laboratório NOVA Cidade se situam em Campolide, temos neste momento já vários projetos com a Junta de Freguesia de Campolide, tendo sido neste contexto que surgiu esta ação”.

Contribuir, não só, para um melhor ambiente e uma abordagem mais inteligente à gestão do território de Campolide, mas também para a consciencialização das pessoas sobre o impacto da qualidade da água e do ar, do ruído e das zonas verdes na saúde da população urbana, por via de uma abordagem pedagógica, demonstrando o impacto da urbanização, da mobilidade, das infraestruturas verdes. Foram estas as premissas do Sensing Campolide, que pôs os alunos da Turma do 9ºB da Escola Marquesa de Alorna (EMA) a recolher dados do seu ambiente urbano e a realizar a sua análise, promovendo, assim, a sua alfabetização digital e criando a capacidade de proporem iniciativas que contribuam para o bem comum.  

O objetivo passou pela utilização da tecnologia (para sensorizar o ambiente) e pela incorporação, nos jovens, não apenas dos conhecimentos e sensibilização na parte ambiental, mas também da forma como os dados e as Tecnologias de Informação podem realmente ajudar a termos um conhecimento que é factual e não baseado em meras opiniões ou suposições.

Quanto às etapas do projeto: na 1ª fase fez-se a instalação de sensores fixos ambientais pelo território de Campolide e numa 2ª fase distribuíram-se sensores portáteis, que os jovens transportaram durante um determinado período de tempo, para recolherem inclusive dados ambientais. De referir que os alunos tiveram com a LPN sessões de sensibilização para as questões do ambiente, água e qualidade do ar, tendo aprendido também, junto da EPCG, a fazer recolhas de amostras de sol e de água para fazerem análises sobre essas dimensões. Posteriormente, os alunos usaram então os sensores portáteis e tiveram acesso aos dados das estações de monitorização fixas, para desenvolverem analítica sobre esses mesmos dados.

E foi nesta última fase, e porque se pretendia tirar partido da informação recolhida, analisar os dados e perceber o seu impacto ou a sua relevância em termos espaciais, que entrou a tecnologia da Esri Portugal, tendo sido feitas sessões de formação com os jovens para perceberem como podiam usar os dados, ir buscar dados a outras fontes (em particular o Lisboa Aberta – portal de dados abertos da cidade de Lisboa), construir mapas, dashboards, etc.

“Na verdade, a nossa ambição era também usar este enquadramento para dar conhecimentos em literacia de dados e usámos como plataforma a tecnologia Esri para conseguir visualizar, mapear, cartografar, construir dashboards dinâmicos e interativos que disponibilizavam indicadores produzidos com os dados que foram recolhidos com os sensores e outros dados que fomos recolhendo ao longo do projeto.” adianta Miguel de Castro Neto.

A escolha pela tecnologia Esri prendeu-se com vários fatores, mas acima de tudo pelo facto de ser uma referência mundial na área da gestão da informação e análise da dimensão espacial “Queríamos tirar partido da melhor tecnologia disponível e, neste campo, consideramos que a Esri é um player fortíssimo, tendo desde logo colocado à nossa disposição a ferramenta pronta para ser utilizada para a criação de valor.” rematou Miguel de Castro Neto, acrescentando que “Sendo verdade que existem várias ofertas no campo dos sistemas de informação geográfica, nomeadamente soluções Open Source, com a Esri conseguimos no laboratório não gastar recursos a configurar e a desenvolver software, mas usar os recursos para explorar os dados e criar valor! Para tal, usamos o que considero ser a melhor opção disponível, pois o que pretendemos é processar, analisar e produzir informação e não fazer desenvolvimento e customização de software, não esquecendo a base de conhecimento disponível.”

De facto, com o ArcGis – uma ferramenta de mapeamento e análise – conseguiu-se reunir, dos sensores fixos ambientais, os insights pretendidos sobre o ambiente urbano e a biodiversidade de forma geo localizada num portal específico, onde não só os alunos, mas qualquer pessoa interessada pode navegar e pesquisar (https://sensingcampolide-novacidade.hub.arcgis.com).

Outro aspeto importante realçado por Miguel de Castro Neto é que não seria possível fazer este tipo de análises e chegar a este tipo de conclusões sem a geografia ou os sistemas de informação geográfica “A geografia é, provavelmente, a variável que melhor explica o que acontece à nossa volta e isto aplica-se a todas as áreas. No entanto, penso que a sociedade e as organizações ainda não se aperceberam de todo o potencial impacto positivo que a geografia e a capacidade de analisar a dimensão espacial podem trazer.”

Quanto aos benefícios gerados, antes de mais há que referir a facilidade no uso e como isso permite a democratização da tecnologia, que possibilita a todos conhecer muito melhor o ambiente que os rodeia. E aqui falamos da tecnologia de sensorização e da tenologia da Esri, que possibilitaram que alunos da Turma do 9ºB da Escola Marquesa de Alorna (EMA) e do 3º ano dos Cursos Técnicos de Gestão do Ambiente e de Sistemas de Informação Geográfica da EPCG conseguissem, num curto período de tempo, recolher dados, promover a sua análise e produzir informação relevante sobre a realidade que os rodeia. E, ao termos acesso a este conhecimento, muda-se o mindset e desaparecem alguns preconceitos relativamente à realidade que nos rodeia, o que por si só é também um aspeto positivo a apontar, e cria um espaço de oportunidades para desenharmos iniciativas que resolvem problemas ou potenciam oportunidades.

Este tipo de iniciativas são ainda úteis porque colocam os jovens em contato direto com soluções e ferramentas que podem contribuir para que sejam cidadãos ativos, podendo aperceber-se de forma factual quais os impactos da intervenção humana no território e também dos nossos hábitos do dia a dia, em particular na capacidade de combater a emergência climática e criar condições de bem-estar e qualidade de vida para as pessoas.

Neste projeto concreto, os alunos conseguiram por exemplo perceber as diferenças quantificadas da qualidade do ar e do ruído num espaço territorial, uma vez que estas variáveis ambientais foram monitorizadas e foi feita a sua sensorização, tanto nas zonas de Campolide onde há uma construção e edificado muito denso e volumoso, como nos bairros de moradias. Ou seja, foi possível os alunos perceberem efetivamente, com base em dados, quais os impactos das opções que tomam relativamente ao ordenamento do território e quais os impactos dos hábitos do dia a dia na qualidade do ambiente que os rodeia. No caso de Campolide, foi por exemplo detetada uma variável muito sensível que é a questão do ruído, tendo sido os alunos a identificar, da sua própria observação, este tipo de problemas e a apresentar ideias interessantes e alternativas para o território.

Este projeto foi feito em Campolide, no entanto a ideia é que possa replicado noutras escolas de outras zonas do País, podendo-se aproveitar tudo aquilo que foi feito nesta experiência-piloto e que está disponível no portal do projeto, desde o roadmap, aos modelos de aprendizagem, equipamentos mais adequados a usar, preparação das sessões de formação e os workshops.

Por fim, Miguel de Castro Neto faz referência às quatro ambições do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis: Sustentabilidade, Segurança, Resiliência e Inclusão, chamando a atenção para o facto de “… no mundo em que vivemos, há ainda muitos infoexcluídos, ou seja pessoas que hoje em dia não conseguem tirar partido dos recursos que estão disponíveis com a transformação digital para responder aos desafios que enfrentamos. Há por isso uma responsabilidade social de levarmos a estes alunos da escola Marquesa de Alorna algum conhecimento em sede de literacia de dados, e mostrar-lhes que tecnologias há disponíveis gratuitamente para poderem usar. “




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