Após a primeira suspensão das suas operações em março de 2022, a empresa anunciou agora que vai deixar formalmente a Rússia.

Por Charlotte Trueman
A Cisco anunciou os seus planos para sair formalmente da Rússia, encerrando as suas operações comerciais naquele país e também na Bielorrússia, em resposta à invasão da Ucrânia no início deste ano.
A empresa fez, pela primeira vez, uma declaração, a 3 de março, declarando que iria suspender todas as operações comerciais em ambos os países “num futuro previsível”. Na quinta-feira, a empresa emitiu outra declaração, observando que tinha continuado a “acompanhar de perto” a guerra na Ucrânia e, como resultado, tinha sido tomada a decisão de “dar início a uma liquidação ordeira dos nossos negócios na Rússia e na Bielorrússia”.
“A Cisco continua empenhada em utilizar todos os seus recursos para ajudar os nossos funcionários, as instituições, o povo da Ucrânia e os nossos clientes e parceiros durante este período difícil”, diz a declaração.
Numa chamada, em abril, Scott Herren, CFO da Cisco, disse aos analistas que, historicamente, a Rússia, a Bielorrússia e a Ucrânia representavam em conjunto cerca de 1% das receitas totais da empresa.
Contudo, observou que a decisão de interromper as operações comerciais, tanto na Rússia como na Bielorrússia, teve um impacto negativo nas receitas, custando à empresa “aproximadamente 200 milhões de dólares (190 milhões de euros) ou dois pontos percentuais de crescimento”.
O que estão outras empresas a fazer?
Nos dias que se seguiram à invasão inicial na Ucrânia, uma longa lista de empresas tecnológicas ocidentais começou a crescer, suspendendo as suas operações na Rússia.
A SAP e a Oracle foram duas das primeiras organizações tecnológicas a retirarem-se publicamente do país, após o vice-primeiro-ministro da Ucrânia, Mykhailo Fedorov, ter tweetado apelos a ambas as empresas.
No início de março, a Microsoft anunciou também que iria suspender as vendas de novos produtos na Rússia, “cumprindo as decisões de sanções governamentais”.
Contudo, na altura, a declaração foi criticada por Fedorov, que disse que a simples suspensão das vendas na Rússia não era suficiente e que a empresa deveria bloquear o acesso aos seus produtos.
Nesta semana, a agência noticiosa russa, TASS, relatou que tentativas de instalar o Windows 10 e o Windows 11 na Rússia tinham sido bloqueadas. A Microsoft tem ainda de comentar se se trata de um erro técnico ou se faz parte do plano da empresa para se retirar ainda mais da Rússia.