Eraneos planeia duplicar volume de negócios em três anos

A empresa de consultoria resultante da fusão entre a Quint espanhola, o grupo suíço AWK e a alemã Gingko Management Consulting, que teve um volume de negócios de 185 milhões de euros no ano passado, visa reforçar os seus negócios no futuro com aquisições no campo da consultoria relacionada com a IA, big data e cibersegurança.

A empresa de consultoria que resultou da fusão, no ano passado, entre a Quint, de Espanha, o Grupo AWK, da Suíça, e a Gingko Management Consulting, da Alemanha, tem agora um nome: Eraneos Group.

Esta marca irá substituir completamente a dos seus membros a partir de 1 de janeiro de 2023, uma vez que durante este ano as três empresas continuarão a operar com o mesmo nome, mas com a adição “um membro do Eraneos Group”.

Antonio Crespo, CEO da empresa em Espanha e na América Latina, disse ao Computerworld que encerrou o seu ano fiscal de 2021 com um volume de negócios de 185 milhões de euros e pretende duplicar este valor em três anos.

Eraneos, que emprega cerca de mil profissionais e tem presença na Europa, Estados Unidos e Ásia, pretende continuar a crescer não só organicamente, mas também através de aquisições. “Queremos fazer aquisições geográficas, principalmente nos países nórdicos, Reino Unido e também no sul da Europa”, diz Crespo, que especifica que estas aquisições serão feitas para reforçar a gama de serviços da empresa em inteligência artificial, big data e cibersegurança.

“Agora o mercado de F&A está muito quente, por isso, entre esta realidade e a situação incerta do mercado, motivada pela inflação, a guerra na Ucrânia ou as pressões do mercado energético, é mais importante do que nunca saber discriminar bem as empresas que nos podem ajudar a transformar projetos tecnológicos em negócios”.

Crespo recorda a importância do fundo alemão DPE no apoio ao crescimento da nova Eraneos. “Na verdade, esperamos que metade do nosso volume de negócios futuro venha destes processos de aquisição seletiva”, acrescenta.

Enquanto as suas empresas irmãs, o grupo suíço AWK e a alemã Gingko Management Consulting, são particularmente fortes na transformação digital dos sectores automóvel e farmacêutico, respetivamente, a Quint espanhola, argumenta Crespo, pode trazer grande valor nos segmentos da banca e dos seguros – onde acaba de realizar um projeto-piloto que pode ser extrapolado para o grupo – e do turismo.

“Em Espanha temos uma grande presença em ambos os sectores – em clientes como o Meliá e a Iberostar, no sector hoteleiro, e no BBVA, Santander, Santalucía, Ibercaja e MAPFRE, no sector financeiro. E podemos levar a nossa experiência a outros clientes noutros países,” diz. 

Talento como cavalo de batalha

Para Crespo, um dos maiores desafios que o segmento de consultoria em estratégia e TI enfrenta é o desfasamento entre a oferta e a procura de talentos. “Tem-se falado da ‘grande demissão’ experimentada nos Estados Unidos, onde muitos empregados deixaram as suas posições em empresas tecnológicas, mas a realidade é que este processo também está a acontecer na Europa. As empresas que não se adaptarem às mudanças exigidas pelos novos talentos irão, sem dúvida, ter dificuldades. “Outro ponto fraco do mercado é o preço que temos no sector da consultoria, que é comparativamente muito baixo em comparação com outros países”.

O CEO da Quint para a Iberia e América Latina acredita que o último ano e meio ajudou as organizações a perceber que “uma coisa é digitalizar e outra é transformar”. E é aqui que os profissionais da Quint e da Eraneos se posicionam, facilitando estes processos de transformação e o impacto que têm no negócio”.

Crespo destaca também a evolução no sentido da igualdade experimentada nas relações entre clientes e fornecedores, que agora também ocorre entre empregados e empresas. “Na verdade, a transformação digital começou quando o poder do cliente e do fornecedor começou a igualizar. Hoje em dia, a transformação está ligada às pessoas e por isso o poder do empregado e o poder das organizações também começa a equilibrar-se. É uma revolução silenciosa a longo prazo.

O porta-voz está ciente da concorrência ao novo grupo de outras empresas de consultoria, principalmente as “quatro grandes” e das empresas de tecnologia. “Mas a nossa força é saber combinar especialização tecnológica com transformação empresarial e acesso a mercados globais”, conclui.




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