A gestão declarativa e o ‘tudo’ baseado na cloud são vários dos recursos que a Apple mudou para o campo corporativo nos últimos 12 meses.
Por Ryan Fass
Ao longo do ano passado, a Apple fez mudanças significativas que afetam a sua comunidade de negócios. Uma das maiores passa pela chamada gestão declarativa, a grande evolução na arquitetura MDM – gestão de dispositivos móveis. A empresa da maça transferiu grande parte da administração de políticas para os dispositivos, em vez de ter perfis de configuração em cada dispositivo que exigem que o utilizador se registe num serviço MDM e indique o seu estado. A gestão declarativa permite que os próprios telefones acompanhem sua conformidade e somente quando estiverem fora dessa estrutura eles precisam se conectar. esta forma, os dispositivos podem gerir o seu estado sem a necessidade de ligações constantes ou repetidas.
Como a Apple e outros fornecedores MDM estão a recorrer a soluções totalmente baseadas na cloud, estas melhorias ajudam a gerar poupanças significativas em termos de largura de banda e satisfação do utilizador. Portanto, é evidente que a gestão declarativa é o futuro para gerir todo o hardware da Apple numa organização e que o modelo MDM, tal como o sabíamos, é obsoleto. Além disso, em novembro do ano passado, a multinacional lançou o Apple Business Essentials, um serviço MDM baseado na cloud para PMEs. Isto coloca a empresa numa posição interessante, uma vez que nos últimos 12 anos tem permitido que fornecedores terceiros forneçam soluções MDM empresariais em vez de serem eles próprios a oferecê-las. Mas agora entrou plenamente no concurso nesta área.
Por outro lado, a empresa permite-lhe aproveitar o iCloud e gerir dispositivos para os utilizadores criarem uma plataforma de colaboração semelhante à Microsoft 365 e ao Google Workspace.
Capacidades de gestão
A empresa, tal como a Apple Business Essentials, moveu grande parte do processo de aprovisionamento para a cloud com uma ferramenta que se integra com plataformas de identidade e autenticação de terceiros com identificação gerida pela empresa. Embora estas plataformas já existissem, a ênfase baseada na cloud é significativa.
Aplicações não listadas
Outra mudança marcante nos últimos meses é o apoio a aplicações não listadas. Estas podem ser descarregados através dos seus mercados, mas não são visíveis quando se navega ou se pesquisa nas lojas de aplicações. A única forma de se lhes aceder é através de uma ligação fornecida pelos departamentos de TI. Isto parece ser uma mudança estranha, mas torna possível às organizações implantarem aplicações sem dependerem do MDM para as fornecer. Isto encaixa perfeitamente no Apple Business Essentials e para empresas que não querem adotar totalmente as soluções MDM. Também funciona bem para aqueles que dependem de consultores e empreiteiros externos e precisam de implementar aplicações empresariais internas, mas não querem inscrever os seus dispositivos pessoais.
A morte do Servidor macOS
A mudança está de acordo com as estratégias descritas acima: gestão e aprovisionamento de dispositivos móveis para a cloud em vez de utilizar uma solução no local. Avançando com Business Essentials e Business Manager como as novas chaves para a gestão de dispositivos Apple, esta tem sido uma transição inteiramente previsível.
O que acontece a seguir?
Com tantas mudanças a acontecer na frente empresarial ao longo do último ano, não esperem ver grandes mudanças nas várias plataformas da Apple em breve. Alguns aperfeiçoamentos, como a administração declarativa, o registo baseado no utilizador e as identidades geridas são prováveis, mas não se espera qualquer anúncio de mudança de paradigma no ecossistema Apple.