Conversamos com Nadia Carlino Lima, Country Manager Portugal da Rutronik, que nos contou um pouco da história da empresa a nível global, e da sua presença no mercado nacional, sentimos o pulso da dinâmica do mercado e da força da sua gestora em Portugal.
A Rutronik, é um dos principais distribuidores globais de componentes eletrónicos na Europa, foi reconhecida mais uma vez pela Intel como Parceiro Autorizado de Distribuição de Componentes, fortalecendo o relacionamento comercial duradouro entre as duas empresas, desde 2016, e garantindo o melhor disponibilidade do produto e originalidade dos componentes.
O Elevado grau de satisfação dos executivos da empresa pelo reconhecimento da Intel com o seu trabalho mostra bem a forte ligação que a empresa alemã tem com o fabricante americano.
Com 82 escritórios em três continentes, a empresa transformou-se desde sua fundação em 1973 em um player global. Para mais de 30.000 clientes, a Rutronik cumpre uma única promessa todos os dias: tudo o que fazem é feito com a mais alta qualidade e o melhor serviço.
A empresa alemã possui uma das placas de linha mais amplas do setor, incluindo semicondutores, passivos, e-mecânica e produtos embarcados. Como um player a operar num mercado, que a crise pandémica tornou difícil, a Rutronik trabalha duro para garantir que a produção seja eficiente e suave. A eletrónica não é um produto pronto para uso, e é por isso que é uma responsabilidade coletiva tornar o processo num sucesso.
As atividades da empresa em Portugal começaram em 2005 quando Nadia Carlino de Lima começou a estabelecer uma base de clientes a partir do seu escritório em casa. Com bastante sucesso de facto: Hoje, o Country Manager, para o mercado português, juntamente com a sua equipa, atende a uma vasta gama de clientes em todo o território nacional, nomeadamente nos setores automóvel, industrial, telecomunicações, domótica, iluminação e segurança.
A atuação da Rutronik em Portugal fez parte da estratégia de internacionalização da empresa.”Começamos a estabelecer-nos como distribuidor europeu em 1991. Alcançamos nossa visão de expansão sem financiamento externo e, portanto, demos um passo de cada vez. O nosso sucesso prova que acertamos: a Rutronik agora é uma empresa global com mais de 70 subsidiárias na Europa, Ásia e Américas, e um dos poucos distribuidores de grande escala a permanecer uma empresa independente e operada pelo proprietário”, explica Thomas Rudel, CEO da Rutronik.
Nadia Carlino Lima, é a Country Manager Portugal da Rutronik, que nos contou um pouco da história da empresa a nível global, e da sua presença no mercado nacional, sentimos o pulso da dinâmica do mercado e da força da sua gestora em Portugal.
“A Rutronik nasce em 1973 na parte sul da Alemanha pela mão Helmut Rudel que,
inicia a comercialização de componentes eletrónicos a partir de sua casa. Desde então a empresa cresce e começa o seu negócio maioritariamente na zona norte da Alemanha, chegando até há cerca de dez anos à dimensão de um distribuidor europeu. Em 2010, sensivelmente, a empresa alarga a sua distribuição para a Ásia e Estado Unidos. Porquê? Porque a Rutronik é um distribuidor de grandes quantidades, o nosso core business não se foca na vende de catálogo. O nosso suporte é dado ao nível de diversos pilares, sendo eles a logística, o departamento comercial, a parte técnica e também a parte de product marketing. O nosso intuito será estar perto do cliente no local do cliente, onde ele exerce a sua atividade. No sentido de poder cobrir ainda melhor os nossos clientes que têm representação global, criámos os escritórios e os Hubs logísticos nos continentes que neste momento são os nossos contatos principais ao nível dos fabricantes. Só dessa forma conseguiríamos cobrir de uma forma profissional e customized os clientes. Para termos uma ideia, neste momento temos 82 escritórios em todo o mundo sendo que empregamos 1900 pessoas. Os nossos clientes principais estão cobertos por nós em todos os segmentos do mercado eletrónico desde a parte automóvel, industrial, consumer e iluminação. Para termos uma ideia, numa placa de circuito interno nós conseguimos fornecer 90 porcento dos componentes presentes, para além de todas as soluções que já mencionei. Temos um serviço completo em torno do cliente, o nosso foco é o cliente e o acompanhamento da idealização do seu projeto até ao fim do processo de produção. Afirma Nádia Carlino Lima.”
Quais são os desafios que a Rutronik enfrenta num futuro imediato tanto no mercado global, e em particular mercado português? Basicamente, quais são os principais sectores onde os clientes operam e que soluções têm em carteira para ajudar na inovação tecnológica?
Neste momento há um desafio geopolítico muito grande, a situação da pandemia desafiou em grande forma os mercados e a resposta que podemos dar aos mesmos. Uma das nossas grandes vantagens neste aspeto é a estrutura de apoio que temos junto do cliente que não é meramente comercial, nós temos uma ligação muito estreita junto dos fabricantes, não apenas na Europa, mas também junto dos outros produtores. Historicamente, com a presença da Rutronik há mais de 49 anos no mercado, permite-nos ter uma visibilidade muito pormenorizada. O nosso suporte é dado ao cliente não apenas ao nível de vendas, mas também ao nível do fabricante. Por exemplo, a falta de material existente é acompanhada pelo cliente. O cliente é envolvido em todo este processo, desde a produção à entrega. O mesmo se passa a nível técnico, a falta de material obriga-nos a ser bastante flexíveis e dinâmicos ao ponto de poder ofertar second sources, quase just in time, ao cliente. A nossa line chart possibilita isso uma vez que com a diversificação de clientes que temos e a disponibilidade de materiais existentes, bem como a possibilidade de poder sempre ofertar uma second ou third source ao cliente, faz com que consigamos colmatar esta escassez de material.
Quais são os setores onde os seus clientes mais operam e onde é que se veem como mais-valia para esses clientes?
Quarenta por cento da atividade da Rutronik é realizada para clientes do setor automóvel, sendo que a restante grande fatia é constituída pelo setor industrial e consumer. A nossa filosofia e a nossa forma de estar junto do cliente não só a nível técnico e comercial, mas principalmente ao nível de logística, permite-nos oferecer soluções customizadas junto do cliente. Para termos uma ideia, a Rutronik tendo como clientes principais os grandes players automóveis, tem em prática vários módulos logísticos que consegue oferecer aos clientes e minimizar essas situações de impasse atual. Por norma temos um stock bastante alargado de componentes eletrónicos, 28 milhões de peças que estão constantemente em stock, claro que nesta altura do campeonato não é possível cobrir todos os componentes, mas esse tipo de soluções customizadas juntamente com a planificação do cliente tem permitido ultrapassar a maior parte das dificuldades.
Ou seja, essa é a forma como ultrapassam esta crise de entrega, com o stock que têm vindo a fazer ao longo dos tempos? Com uma política dinâmica de stocks, certo?
Sim. Uma política dinâmica de stocks, uma política muito próxima do cliente onde a nossa ideia passará sempre por dar um suporte total ao cliente quando este nos permite a nível logístico dar essa ajuda e usufruir dos nossos serviços, quer seja de stocks de segurança, forecasts, entre outros. Neste momento estamos a passar por uma fase bastante atípica, naturalmente. Atualmente temos clientes com forecasts de vários meses, e até mesmo anos, que estão a enfrentar alguns problemas devido ao panorama global, mas através das nossas soluções tem sido possível atenuá-los.
Como vê a concentração das grandes fábricas de componentes no mesmo continente, na Ásia? Numa perspetiva geopolítica, tendo em mente o futuro, trata-se de um aspeto relevante para a Rutronik?
É uma situação bastante crítica que não preocupa apenas a Rutronik, mas preocupa a maioria dos players do mercado. Esta situação veio ensinar-nos que que concentração massificada das produções na Ásia não é a melhor solução. Já se começam a sentir os sinais dessa descentralização com as indicações de alguns fabricantes de renome a anunciar a abertura de empresas produtivas na Europa para procurar alterar esta realidade. Episódios como o lockdown em Xangai são exemplos que podem demonstrar a desvantagem de ter uma concentração elevada de empresas, podendo desequilibrar o mercado. Neste caso específico prevê-se que venha a ter repercussões nos próximos meses, ou até mesmo no próximo ano.
Virando-nos outra vez para dentro, para a Rutronik, dado o vosso catálogo vastíssimo, tem ideia com quantas marcas trabalham?
Sim, neste momento a nossa line chart contabiliza 182 fabricantes. Cada mercado é o seu mercado e aqui em Portugal, por exemplo, não existe a necessidade de aplicação de 182 fabricantes. Dependendo do mercado existem determinadas preferências e exigências.
Desse lote, quais são aqueles que se apresentam como grande referência no mercado nacional?
Temos como fabricantes de referência a Intel, a Infineon, entre outros. Não nos podemos esquecer que o mercado nacional é composto por muitas empresas do setor automóvel, e estamos a falar de grandes quantidades. Temos como exemplo disso, YageoVishay, ao nível das memórias a Nanya, entre outros. O mercado português apesar de ser pequeno tem em si todas a vertentes de eletrónica do mercado, quer seja iluminação, industrial ou automóvel.
A Intel apresenta um papel importante para a Rutronik, e também um papel destacadíssimo no setor. Como é que vocês olham para esta importância, usando como exemplo a Internet of Things?
No que diz respeito à Internet of Things, a Intel terá um papel relevante. Acredito que será um dos players principais do ponto de vista tecnológico. A IoT será uma das key trends do futuro e players como a Intel estão na vanguarda nesse aspeto.
Olhando para um futuro próximo, quais serão as principais tendências, dada a sua experiência, que irão marcar os mercados?
Sem dúvida que será a otimização do 5G, a meu ver. A IoT, como já foi abordado, a eletrificação a nível automóvel não apenas o charging, como também o e-mobility e o connected car. O teleworking tenderá a explodir juntamente com o 5G, e a Industry 4.0 será uma temática com forte destaque.