A percentagem de mulheres em cargos superiores no sector tecnológico permanece baixa, apesar dos benefícios da diversidade de género nas empresas.

Por Marian Álvarez
O sector da cibersegurança está a crescer exponencialmente, impulsionado pelo avanço desenfreado da tecnologia, e cada vez mais empresas estão a investir na segurança das suas redes para lidar com ameaças, como o ransomware ou o phishing. No entanto, quando se trata de igualdade de género, neste campo, estamos ainda longe de poder falar de grandes progressos.
Dados do último estudo do Consórcio Internacional de Certificação de Segurança de Sistemas de Informação sugerem que a percentagem real de mulheres a trabalhar em cibersegurança permaneceu quase constante nos últimos três anos, com uma representação feminina de aproximadamente 25%. Outro relatório da ONU destaca que, apesar dos progressos feitos nas últimas décadas, o número global de mulheres que trabalham em tecnologia é ainda muito baixo.
Existem outras razões pelas quais a igualdade de género deve ser motivo de preocupação para as empresas, nomeadamente a importância de alcançar a igualdade de género no mercado de trabalho e quebrar o ‘teto de vidro’.
Pesquisas recentes da McKinsey mostram que as empresas mais diversificadas superam financeiramente os seus pares menos diversificados. Para além do desempenho financeiro, há referência à influência da diversidade em fatores como a melhoria no acesso ao talento, melhoria na tomada de decisões, profundidade na perceção dos consumidores e um maior envolvimento dos funcionários.
Quando questionada sobre como as empresas de cibersegurança podem fazer progressos significativos na igualdade de género, a diretora de marketing global da ThreatQuotient, Celine Gajnik, sugere várias áreas que apresentam oportunidades de melhoria:
Quebrar perfis. Atingir a diversidade no topo também requer atenção a todos os degraus da escada, pois é uma realidade que as mulheres começam a ficar para trás na primeira potencial promoção ao nível da gestão.
Transparência na promoção. A transparência na promoção dos empregados leva a uma menor subjetividade ou a um preconceito inconsciente, o que ajuda a assegurar que todos os candidatos estão em pé de igualdade quando passam de um nível para o outro.
Sensibilização para o preconceito. Algumas práticas que se desenvolvem em ambiente empresarial, tais como assumir que as mulheres não estão dispostas a aceitar empregos que envolvem viagens por razões familiares, podem causar um preconceito automático de género e, por isso, é importante estar ciente delas e, acima de tudo, evitá-las.