Ainda temos muito por fazer, apesar de o tecido empresarial Português ser inovador e ter acompanhado no geral a evolução digital, existe uma baixa transformação digital dos seus negócios.
Por João Miguel Mesquita
Criada em plena pandemia a CPCECHO é a nova empresa do grupo CPCis, a empresa absorve as áreas de negócio tradicionais da SVDI, nomeadamente nos mercados de Unified Communications, segurança, networking e contact centers, e adiciona a estas ofertas um alargado portfólio de soluções e serviços que permitem endereçar, com alguma flexibilidade, todas as necessidades de TI de uma organização ao nível dos seus sistemas, do seu workplace e com um layer de segurança e serviços de gestão da operação. Passou um ano sobre a sua fundação e fomos conversar com Jorge Queiroz Machado, CEO da CPCECHO
A CPCECHO faz este mês um ano. Que balanço faz dos 12 meses de negócio e quais os principais marcos?
Este foi um ano Desafiante e muito interessante. Ano em que criamos a CPCECHO , ano de transformação com o rebranding da empresa na CPCECHO definição do novo portfolio, revisão e fortalecimento de parceiras, aposta na competência, treino e certificação de recursos, reforço e aumento da equipa, revisão de processos e workflows e implementação e melhoria dos sistemas de informação desde o ERP, CRM, SerivceDesk e ITSM bem como toda a analítica de suporte. Paralelamente assegurar o crescimento da empresa, a capacidade de endereçar e implementar soluções mantendo a disponibilidade e qualidade junto dos nossos clientes.
Como principais marcos, podemos mencionar a duplicação da Base Instalada, Equipa e Faturação, Certificação IS0 9001 mas sobretudo a confiança que os nossos clientes, parceiros e mercado nos deram.
Que áreas representaram a maior parte de faturação?
As áreas já existentes como Connectivity, Voice&ContactCenter e Cabling Solutions continuam a contribuir de forma significativa, mas temos um crescimento considerável de Soluções de Hybrid IT e Digital Security, sendo que a componente de ECHO Services representa já mais de 20% do Revenue
De que forma consegue a CPCECHO recolher sinergias de outras empresas do grupo CPCis?
A CPCECHO tem uma forte presença comercial junto do mercado por via da sua força comercial pelo que incorpora no seu Portfolio soluções complementares de outras empresas do grupo que permitem criar soluções mais abrangentes e endereçar necessidades mais complexas dos nossos clientes.
O que representou a aquisição da participação na Craftere?
A Craftere é uma empresa de desenvolvimento com uma forma de estar ágil e dinâmica que lhe permite endereçar necessidades atuais dos nossos clientes por via de soluções inovadoras ( não standard ) e veio dar um complemento ao nosso portfolio na oferta de soluções alternativas e criativas para necessidades aplicacionais dos nossos clientes, tais como no domínio das mobile apps
Consideram crescimento adicional através de política de aquisições?
Construímos um Framework que permita à CPCECHO crescer organicamente e rapidamente. Acreditamos em parcerias e em ecossistemas de parceiros e onde a especialidade de cada permite oferecer as melhores soluções aos nossos clientes. Se encontrarmos parceiros com potencial iremos analisar oportunidades de participação para tornar a parceria mais forte.
A oferta da CPCECHO é muito marcada por plataformas de segurança. O que representou o recente cenário de ataques a empresas em Portugal? Houve mais negócio?
A necessidade de as empresas estarem seguras é uma necessidade dinâmica e constante que se torna mais critica com o nível de ataques e aumento de vulnerabilidades, as empresas já estão conscientes desta necessidade e os recentes ataques tornam mais premente o tema mas o caminho da segurança é complexo pois tem vários vetores a serem abordados é também uma dinâmica continua duma batalha que nunca é ganha mas antes mitigada.
Considera que as empresas nacionais estão bem preparadas para a transição digital que se impõe?
Ainda temos muito por fazer, apesar de o tecido empresarial Português ser inovador e ter acompanhado no geral a evolução digital, existe uma baixa transformação digital dos seus negócios. A Transformação Formação digital tem de ser parte integrante da estratégia e estar incluído nos Business Plan.
De que forma a atual conjuntura económica pode influenciar o negócio de empresas de TIC em Portugal?
Momentos menos bons como o atual podem restringir investimentos mas forçam também as empresas a reinventarem-se e a reverem o seu posicionamento e estratégia onde a componente digital quer pelo negócio quer pela eficiência é uma obrigatoriedade,
Quanto representa a área de cibersegurança para o negócio total da CPCECHO?
Prefiro usar o termo Digital Security, a cibersegurança é parte da estratégia da segurança das empresas. Temas menos sofisticados como Patch Management, Backups, Disaster Recovery, Identity, Devices … são também essências para garantir a segurança, o adoption continuo onde os utilizadores são uma peça fundamental garante a minimização de risco.
A Digital Security apesar de ter tido bastante crescimento não representa um volume significativo (mas se pensarmos nos vários touchpoints que influencia temos um ecossistema influenciado por Digital Security que afeta quase todo o nosso portfolio, pelo que é um driver estratégico e influenciador das nossas soluções e do IT dos nossos clientes. Que estratégia querem implementar nos próximos anos?
Onde quer ver a CPCECHO daqui a 5 anos?
O primeiro ano foi de transformação, este ano será de consolidação mas sempre em crescimento. Queremos estar em muito mais clientes, em mais geografias, queremos ter mais parecerias que complementem o nosso portfolio, queremos ter serviços inteligentes , ferramentas e soluções que permitam simplificar o IT dos nossos clientes. Não vou referir números e KPIs dado que considero que são uma consequência e não o drive.
Quantas pessoas querem contratar no segundo ano de história e para que áreas?
Temos sempre uma postura dinâmica de avaliação das necessidades, temos previsto crescer 50% pelo que o investimento e necessidades acompanharão esse crescimento, a nossa prioridade vai para serviços, vendas e pré venda. Mas queremos crescer criando valor nas nossas soluções, garantindo disponibilidade para conhecer os nossos clientes e adequar as nossas soluções as suas necessidades e garantir que temos a capacidade para entregar com qualidade, estas são as métricas do nosso sucesso ainda que possa comprometer rentabilidade e crescimento que serão certamente uma consequência.