Conversámos com Joana Teixeira, Head of Digital Learning na CEGOC, sobre formação digital.
Por João Miguel Mesquita
Nesta conversa ficámos a conhecer o posicionamento de uma das principais empresas a operar em Portugal na área de formação tecnológica. A celebrar seis décadas de presença em Portugal, esta conversa foi também uma oportunidade para se perceber de que forma o conceito digital evoluiu nas últimas décadas.
Qual o estado da arte da formação digital e experiência da CEGOC nesse campo?
O digital deixou de ser uma solução de recurso para responder às vicissitudes de uma pandemia ou às necessidades de reduzir custos. Atualmente, é uma porta de entrada a novas possibilidades e oportunidade de inovação na área da formação e do desenvolvimento de talento. Com bases nestas premissas, a CEGOC reforçou a sua oferta de Digital Learning, apresentando hoje ao mercado soluções multiformato e multi experiência que permitem a cada participante conjugar diversos ativos digitais (módulos interativos, quizzes, classes virtuais, vídeos/ filmes, ente outros), trazendo para a formação novas metodologias pedagógicas e ferramentas tecnológicas de última geração; mas, e essencialmente, novas formas de humanizar o processo de aprendizagem e a sua transposição para o contexto real de trabalho.
Qual a tendência a este nível: implementação de um formato híbrido ou transformação para algo totalmente digital?
O amanhã promete popularizar os modelos de aprendizagem em formato “hibrido”, que contemplem uma simbiose entre o formato presencial e digital. Este novo formato vai exigir novas skills por parte dos formadores para a sua plena preparação e gestão, bem como estratégias que permitam uma maior aproximação e conexão entre os participantes. É, por isso, imperativo que os players dedicados ao setor de Learning & Development acompanhem as últimas tendências e avanços tecnológicos e tragam para a formação novas tecnologias, como realidade virtual, realidade aumentada ou inteligência artificial, complementadas com outras formas de envolver as emoções na experiência formativa.
De que forma a IA será um acelerador de inovação para a aprendizagem?
A Inteligência Artificial é uma grande oportunidade de inovação para a aprendizagem – não só porque ajuda os formandos a aprender de uma forma mais efetiva (permitindo uma adaptação e personalização contínua dos percursos e do ambiente de aprendizagem); mas também porque serve de apoio ao próprio formador (ajuda a otimizar os conteúdos de formação e oferece novas ferramentas de compreensão acerca do perfil e da evolução de cada formando). Num futuro muito próximo é, portanto, expectável que se multipliquem os assistentes virtuais inteligentes: uma espécie de assistente pessoal do formando, capaz de acompanhar o seu processo de aprendizagem, providenciando apoio, esclarecimento de dúvidas, feedback a atividades específicas, etc.