Relatório desenhado pelo Venture Capital Club da Universidade Católica com a mentoria da Bynd VC prevê as principais linhas de atuação e análise de mercados ibérico, europeu e global .

Um novo estudo orientado pela Bynd Venture Capital, sociedade gestora de capital de risco, e desenvolvido pelo Venture Capital Club, da Universidade Católica Portuguesa, revela as dez principais tendências da indústria Fintech para os próximos anos. O relatório assinala, igualmente, o impacto que a pandemia teve na adoção de soluções fintech, em prol do acesso a instituições financeiras tradicionais, principalmente pelo papel da transformação digital em setores outrora mais conservadores.
As tendências são agrupadas em cinco macrotendências, altamente ligadas à sustentabilidade, uma vez que o ecossistema financeiro “green” está em crescimento, preocupando-se em reduzir a pegada carbónica e tornar as transações eco-friendly.
Tomás Penaguião, da Bynd Venture Capital, comentou: “A Bynd VC procura não só acompanhar tendências do ecossistema, mas também contribuir para este tipo de análises que nos ajudam a compreender e a avaliar o panorama global de investimento em diferentes setores. O mercado ibérico apresenta um potencial enorme de crescimento na área fintech. Esta análise desenvolvida em conjunto com os nossos parceiros da Universidade Católica mostra-nos que, apesar da maioria das startups estar baseada nos EUA, a Europa começa a acelerar o passo e a desenvolver excelentes projetos na indústria.”
Markus Duczek, do Venture Capital Club da Universidade Católica, partilha: “Vemos a indústria ibérica de Fintech como uma promissora oportunidade de investimento, mas também como uma área atrativa para se trabalhar. Os membros do nosso clube formar-se-ão em breve e, com mais de metade das empresas portuguesas Fintech ainda em fase pre-seed ou seed, estas empresas são hoje uma oportunidade de crescimento financeiro mas também pessoal e uma grande oportunidade de carreira. Esperamos ver surgir no mercado ibérico alguns startups relevantes, especialmente com soluções baseadas em dados e IA e machine learning“.
1. Digitalização de Processos
Com a pandemia, a procura por processos digitais e que permitam uma maior autonomia financeira, nomeadamente em abertura de contas e utilização de assinaturas digitais, cresceu. Por esta razão, a Inteligência Artificial (IA) e a Machine Learning (ML) surgiram enquanto assistentes dos chatbots, na análise das melhores soluções financeiras e na deteção de fraudes. Neste campo, a inglesa Metro Bank e a alemã wefox destacam-se no panorama europeu de fintech. Ligada a esta tendência, surge outra: os Bancos 100% Digitais. Estes oferecem flexibilidade, serviços inovadores e preços mais competitivos, atraindo, por isso, pessoas que procuram soluções simples para gerir as suas finanças.
2. Cibersegurança
Com a crescente digitalização, a segurança dos clientes passou a ser, consequentemente, uma preocupação, sendo que os serviços de IA reaparecem enquanto resposta a este problema, procurando as melhores soluções possíveis. Aqui, é a portuguesa Fluxe Insurance Software, que desenvolve ferramentas digitais centradas no cliente, alinhadas com os desafios da indústria de seguros e orientadas para a agilidade e rentabilidade dos negócios, que se sobressai.
Estes processos digitais de tomada de decisão financeira exigem um sistema regulatório eficiente – o RegTech, que, além de proteger os dados, assegura estabilidade financeira.
Neste âmbito, destaque também para a Fraudio, uma startup holandesa cofundada pelo português João Moura, focada em ajudar empresas a combater a fraude e crime financeiro nos sistemas de pagamento através de inteligência artificial e machine learning, que anunciou recentemente uma nova ronda de investimento no valor de 3M€, em que a Bynd VC participou.
3. Literacia Financeira
A Literacia Financeira ganha, com o crescimento da indústria fintech, um forte aliado, à medida que as soluções digitais aparecem, sendo completamente essencial para a indústria fintech. As instituições já começam a criar soluções tecnológicas de coaching financeiro, que permitem criar ligações estáveis e duradouras com os clientes. Um exemplo de como a transformação digital permite impactar as gerações mais novas é a plataforma de e-learning espanhola Payflow, que ajuda a atingir o “bem-estar” financeiro.
O crescimento da Literacia Financeira pressupõe, ainda, uma maior vontade, por parte das pessoas, em investir o seu dinheiro. O Open Banking surge como a solução ideal para ajudar os clientes a gerirem as suas contas, proporcionando, também, uma maior aproximação entre bancos e fintechs.
Um exemplo nesta área é a TTR, uma plataforma tecnológico-financeira premium que oferece dados transacionais e inteligência de mercado em tempo real, permitindo aos profissionais antecipar oportunidades e tomar melhores decisões.
4. Financiamento Alternativo
O Financiamento Alternativo é também uma tendência para os próximos anos. Hoje, existem formas de empréstimo alternativas às tradicionais, como o Peer-to-Peer (P2P), uma solução que aproxima diretamente os investidores aos mutuários, o Crowdfunding, no qual um grande número de investidores individuais empresta dinheiro a empreendedores, e, por fim, o financiamento baseado no rendimento, que fixa um valor que irá ser retornado tendo em conta o rendimento corrente. As startups Prosper, Kickstarter e Uncapped, respetivamente, destacam se neste campo, assim como a Ritmo, startup espanhola participada da Bynd.
5. Soluções de Pagamento Integradas e Seguras
As criptomoedas têm ganho grande destaque a nível global, em período de pandemia, e começam a ser utilizadas por grandes empresas como formas de pagamento. É aqui que surgem, novamente, as preocupações com a segurança dos dados, dando origem a soluções como a francesa Ledger, que oferece sistemas de segurança.
Por outro lado, fica provado, mais uma vez, que as fintechs estão a transformar a indústria. O crescimento de Banking-as-a-Service (BaaS) exige a criação de soluções altamente especializadas, destacando-se, assim, as Finanças Integradas. Estas irão simplificar os processos financeiros e incorporá-los em modelos de negócio não-financeiros.
O estudo traça ainda o cenário dos mercados global, europeu e ibérico nestas áreas e aponta os principais projetos que têm desenvolvido soluções neste setor.
Aceda ao relatório completo aqui.