Millennials acham-se muito “aborrecidos” para serem alvos de cibercrime

A segurança online figura no topo da lista como o fator mais importante para os millennials no momento de encontrarem a sua “zona de conforto digital” em casa. No entanto, de acordo com um novo estudo feito pela Kaspersky, mais de um terço (37%) considera-se demasiado “aborrecido” para ser vítima de um cibercrime.

O último relatório global da Kaspersky More Connected Than Ever Before: How We Build Our Digital Comfort Zones revela como é que estamos a mudar os nossos hábitos, de forma a garantir que nos sentimos confortáveis com o papel que a tecnologia tem nas nossas vidas. Embora os millennials encarem como uma prioridade reforçar a sua segurança online, os seus comportamentos revelam o contrário.

Com muitos dos millennials a acharem-se demasiado “mundanos” ou “aborrecidos” para chamarem à atenção de cibercriminosos, 36% afirmam que, no entanto, deveriam tomar mais medidas para reforçar a sua segurança online, mas a verdade é que acabam sempre por deixar esta tarefa para o fim da lista.

Uma vez que o “novo normal” levou a que muitos começassem a trabalhar a partir de casa, este espaço acabou por se tornar no “hub” tecnológico dos millennials. Com o novo contexto, passaram a despender online mais cerca de duas horas (1.8) todos os dias, em comparação com o início do ano – acabando por fazer crescer a sua média diária de horas despendidas online para 7.1 horas. Embora quase metade (49%) refira que este aumento do tempo despendido online os tornou mais atentos à sua segurança digital, os millennials estão a passar mais tempo nas suas redes sociais e mais de dois terços (61%) revelou, inclusive, que o crescimento dos encontros online a partir de casa é uma das suas principais preocupações no que toca à sua segurança digital.

Para dar resposta às suas preocupações, cerca de metade (52%) dos millennials afirma que só utilizam apps de confiança nos seus dispositivos, descarregadas a partir de lojas oficiais como a Apple Store ou a Google Play, e 49% dos mesmos, para ficarem protegidos, chegam mesmo a realizar frequentemente análises em cada um dos seus dispositivos com o seu programa de antivírus. Contudo, uma das conclusões interessantes que este relatório permitiu descobrir também aparece associada à geração millennial: 13% admitiu ter usado a rede WI-FI dos seus vizinhos sem o seu consentimento.

“2020 tem sido um ano decisivo para o digital nas nossas casas. Com muitos de nós em confinamento por todo o mundo, a interação e a forma como dependemos da tecnologia aumentou drasticamente. Por este motivo, quisemos avançar com um estudo que pudesse revelar o quanto este ano teve impacto nas nossas ações e nos nossos sentimentos, no que respeita à nossa vida digital: quais são as nossas «zonas de conforto digitais?», e o que é que elas significam para nós? Não nos surpreende que os millennials, que irão moldar a forma como a sociedade utiliza a tecnologia nos próximos anos, estejam a preocupar-se cada vez mais com a segurança digital – principalmente quando a linha entre o trabalho e a vida pessoal em casa se está a tornar cada vez mais ténue. Protegermo-nos de ciberameaças pode ser simples, e isto ajuda-nos a compreender melhor de que forma podemos ajudar a melhorar a segurança dentro de cada uma das nossas «zonas de conforto digitais»”, afirma Andrew Winton, Vice-Presidente de Marketing da Kaspersky.

“Costuma-se dizer que os millennials são nativos digitais e isto pode levar a outros desafios para esta geração, no que respeita a encontrar a sua «zona de conforto digital». O facto de muitos partilharem um alojamento com outras pessoas faz com que se sintam digitalmente inseguros, especialmente no início desta partilha. Para além disso, a tendência desta geração em mudar frequentemente de casa e trabalho pode acentuar ainda mais este sentimento. Nestes casos, é importante falar abertamente sobre todos estes receios com os companheiros de casa: partilhar custos de um software de segurança, estabelecer regras específicas para a utilização comum de dispositivos e para se ficarem a conhecer melhor”, explica Dr. Berta Aznar Martínez, psicólogo na Universidade Ramon Llull em Barcelona.




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