A Accenture, a Intel e a Fundação Ambiental Sulubaai, nas Filipinas, desenvolveram uma nova solução que usa inteligência artificial para monitorar, definir e analisar a resiliência dos recifes de corais.

Os recifes de corais estão entre os ecossistemas mais diversos do mundo, com mais de 800 espécies de corais que abrigam e protegem aproximadamente 25% da vida marinha global. Os recifes também são benéficos à humanidade – além de protegerem as costas contra tempestades tropicais, fornecem alimento e rendimentos acerca de mil milhões de pessoas e geram 9,6 mil milhões de dólares por ano em atividades ligadas ao turismo. Todavia, os recifes correm perigo e estão a ser degradados pela pesca de arrasto em larga, aumento das temperaturas e desenvolvimento desenfreado das regiões litorais.
A Accenture, Intel e a Fundação Ambiental Sulubaai lançam mão de inteligência artificial para reconstruir o recife de corais que cerca a Ilha de Pangatalan, nas Filipinas.
Um elemento fundamental para este porjeto, o CORaiL: é a identificação da quantidade e diversidade de peixes em torno do recife, um importante indicador da saúde geral daquele ecossistema. Os esforços tradicionais de monitorização envolvem o trabalho de mergulhadores, que captam vídeos e imagens do recife. Além de perigoso e demorado, este tipo de abordagem acaba de alguma forma por perturbar a vida marinha, uma vez que os peixes ficam assustados com a presença dos mergulhadores.
Accenture, Intel e a Fundação Ambiental Sulubaai implantam um recife artificial, feito de concreto, para ajudar a restaurar o recife de corais em torno da Ilha de Pangatalan, nas Filipinas.
Engenheiros da Accenture, Intel e da Fundação Ambiental Sulubaai implantaram um recife artificial em cimento – Prótese do Recife Sulu (SRP) – que oferece suporte aos fragmentos dos corais. O SRP foi projetado pela Fundação Sulubaai e colocado no recife que cerca a Ilha de Pangatalan, nas Filipinas. Fragmentos de corais vivos foram implantados na estrutura, onde poderão crescer e expandir-se, oferecendo um habitat híbrido para peixes e a vida marinha em geral.
Em seguida, os engenheiros posicionaram câmeras de vídeo submarinas inteligentes equipadas com o recurso Inteligência Aplicada a Serviços de Analytics para Vídeos (VASP) da Accenture para detectar e fotografar os peixes que passam por ali. A IA usada pelo VASP para contar e classificar a vida marinha é impulsionada pela tecnologia da Intel, incluindo processadores Intel Xeon, Cartões Programáveis de Aceleração FPGA e VPU Movidus. Em seguida, os dados são enviados para um painel em terra firme, fornecendo análises e tendências aos investigadores em tempo real, facilitando a tomada de decisões baseadas em dados.
Desde a implantação, em maio de 2019, já foram captadas aproximadamente 40.000 imagens, usadas pelos investigadores para avaliar a saúde do recife em tempo real.
“A inteligência artificial oferece oportunidades inéditas para resolver alguns dos problemas mais constrangedores causados pelo ser humano”, explica Jason Mitchell, diretor geral para a prática de Communications, Media & Technology da Accenture e principal interface da empresa com a Intel. ” O nosso ecossistema de parceiros corporativos e sociais nesta iniciativa de “IA para o bem social” mostra que os números do impacto ambiental positivo são robustos.”
Os engenheiros da Accenture e da Intel já estão empenhados no protótipo revolucionário do Projeto: o CORaiL, que irá contar com uma rede neural convolucional otimizada e uma fonte de alimentação de reserva. O próximo passo será a implantação de câmeras infravermelhas, que vão permitir a captura de vídeos noturnos e a criação de uma imagem mais completa do ecossistema dos recifes. Usos futuros incluem o estudo das taxas de migração de peixes tropicais rumo a regiões mais frias e a monitorização de intrusões em áreas submarinas protegidas ou de acesso restrito.
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