Fórmula 1 usa tecnologia para aumentar emoção nas corridas

Em parceria com a AWS, a competição rainha do automobilismo vai modificar o design dos automóveis para aumentar competitividade durante os Grandes Prêmios.

Mônica Wanderley em Las Vegas

Fórmula 1 tem recebido por parte dos seus fãs algumas queixas devido à falta de competitividade durante as corridas dos Grand Prêmios : em geral, os pilotos vencedores são os que tem os melhores carros, do ponto de vista técnico, e os carros que começam próximos à pole pontuam após a última volta.

Pensando em trazer mais emoção às provas, a equipa de Formula One Group (organização responsável pela F1 e outras competições automobilísticas) desenvolveu alternativas para dar mais espaço ao talento dos atletas e mais “rallies” dentro dos circuitos. A tecnologia tem um papel inicial numa das iniciativas mais ousadas da organização: modificar o design dos veículos.

Durante a re:Invent, conferência anual da AWS, a Formula One Group apresentou o conceito do novo veículo, cuja estreia nas pistas está programada para acontecer em 2021, no GP da Austrália:

A parte digital acontece no processo de desenvolvimento do automóvel, realizado por uma tecnologia conhecida como Dinâmica Computacional Fluída (CFD). Ao utilizar machine learning e computadores de alta capacidade de processamento, o sistema analisou milhões de data points gerados pelos sensores dos carros durante as corridas para realizar predições para entender o melhor novo design para a corrida.

Inovação de fábrica

Rob Smedley, consultor técnico para a Fórmula 1, explicou o processo de produção do novo modelo durante este evento.

De acordo com o engenheiro, uma das principais dificuldades para que existam mais ultrapassagens durante a competição responde pelo nome de wake effect, que de forma geral é a influência que um veículo que está atrás recebe pelo da frente.

Segundo as contas realizadas por Smedley e a sua equipa, um carro atingido pelo wake effect perde cerca de 40% da sustentação negativa, efeito que ajuda a dar estabilidade e força para ganhar velocidade nas curvas — em geral, são os momentos nos quais as ultrapassagens acontecem.

Para desenhar um carro capaz de reduzir ao máximo esta percentagem de perda, a “Formula One” utilizou as plataformas de cloud e machine learning da AWS para realizar simulações de “Computação Dinâmica Fluida” com nível extremo de realismo e, assim, ter o melhor carro possível.

Um dos principais impactos desta parceria, segundo Smedley, foi na agilidade ganhada para as simulações: antes, a equipa levava cerca de 60 horas para executar um teste. Agora o tempo foi reduzido para 18 horas. “Com a AWS, conseguimos desenvolver dentro de um ambiente mais ágil.”

Mas com adrenalina

Ao analisar a proposta do novo carro, a pergunta que surge é: “trazer uma certa padronização geral para os veículos não irá trocar um problema por outro?” Smedley reforça que não será o caso: “posso garantir que os fãs terão uma experiência muito mais imersiva com esta novidade.




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