Sem o Web Summit não seria a mesma coisa

O Web Summit cumpre com o seu papel, trazer os agentes que fazem parte do ecossistema das empresas, e investidores em soluções com base tecnológica, a Lisboa. Cabe a partir daí aos agentes locais o papel de transformar Portugal num lugar único para lá da sua condição natural.

Há um imenso número de portugueses que não fazem ideia o que é o Web Summit, e também não vamos ser nós a explicar. Só quem não quer saber é que nunca vai entender que o Web Summit é um dos mais importantes eventos europeus de negócios com base tecnológica. O facto de se realizar em Lisboa, capital de Portugal, coloca o nosso país no centro de decisões importantes, das comunicações estratégicas que formam opinião e ditam tendências. Há investidores a escolher onde vão colocar o seu dinheiro, e pequenos negócios a tornarem-se parte de empresas gigantes. Um espaço com cerca de 70 mil pessoas de todos os lados do planeta, a vender e a comprar ideias com a intenção de melhorar o mundo. Sim, com a intenção de melhorar o mundo. É este o modus pensante do ecossistema das empresas com base tecnológica. Os geeks e os empreendedores que investem nos geeks  acreditam que tudo o que pensam e fazem melhora substancialmente a vida das pessoas e quando não vingam culpam-se pelo atraso da sociedade. 

A partir de hoje e até quinta-feira, cerca de 70 mil “doidos” por tecnologia, vão andar por Lisboa, comer em Lisboa, dormir em Lisboa e conhecer melhor Lisboa. Quase todos tem condições de voltar, e muitos deles poderiam até acabar por se instalar. Mas é aqui que o investimento no Governo no evento de Paddy Cosgrave, não se completa, faltam incentivos para que as empresas e os nómadas digitais escolham Lisboa como a sua base. 

A par de um conjunto de cidades que se disponibilizam para receber as empresas de serviços com base tecnológica e os nómadas digitais, numa saudável disputa, Lisboa ganhou naturalmente um lugar de eleição preferencial, pelo Sol, pelo seu povo, pelo acesso à saúde, pela comida e por tudo isto, e muito mais, custar ainda pouco dinheiro. Mas está longe de ser a primeira escolha quando o negócio precisa de uma estrutura sólida, de menos carga fiscal e maior mobilidade para quem gera emprego.

O Web Summit cumpre com o seu papel, ao trazer os agentes que fazem parte do ecossistema das empresas e os investidores em soluções com base tecnológica a Lisboa. Cabe a partir daí aos agentes locais o papel de transformar Portugal num lugar único para lá da sua condição natural. 

Nos últimos anos Portugal atraiu um conjunto de projetos e empresas, de topo que acreditam que é aqui que se pode ser feliz. Portugal escancarou as portas do emprego qualificado e passámos a ser ainda mais atrativos. As nossa Universidades mudaram, e hoje estão nas listas de prioridades dos pais que investem nos estudos dos seus filhos, ou daqueles que investem em si mesmos.  Melhores Universidades, mais negócio, mais empresas viradas para o IT. Mais nómadas digitais a gravitar por Lisboa. Tudo isto se deve ao Web Summit? Não, é claro que não, mas sem o Web Summit tudo seria diferente, muito mais difícil, muito mais lento, e muito menos interessante. Provavelmente nunca chegaríamos aqui, quanto mais ao que nos ainda falta para chegar ao topo.  




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