Reformulação do cenário profissional com a transformação digital 2.0

Em artigo de opinião, Nick Offin, da Toshiba, explica como irá o 5G contribuir para uma nova fase da transformação digital e reforça a importância da segurança.

Nick Offin, Toshiba

Nick Offin, head of Sales, Marketing and Operations, Toshiba Northern Europe

Nos últimos anos, a chegada e a implementação de tecnologias como a computação cloud, o 4G, e os computadores cada vez mais portáteis, mas potentes, têm permitido que muitas empresas alcancem um certo nível de transformação digital.

Nomeadamente o reconhecimento, sem precedentes, de espaços de trabalho móveis, eficazes e seguros. No entanto, tendo em conta o passo constante da inovação digital, existe uma onda emergente de tecnologias que vão impulsionar a nova era de mudança.

Enquanto as soluções como a cloud mantêm-se essenciais para o espaço de trabalho, a chegada de realidades virtual e assistida, mobile edge computing, e a inteligência artificial, para dar apenas alguns exemplos, vão mudar totalmente o cenário de TI e impulsionar a segunda onda de transformação digital.

5G vai desencadear a transformação digital 2.0

A aparição do 5G será um grande catalisador para impulsionar a adopção corporativa dessas novas tecnologias, muitas das quais vão beneficiar significativamente da capacidade e velocidade aprimoradas da próxima geração de redes. Apesar do trabalho móvel e flexível estar no radar das empresas há algum tempo, o 5G vai abrir novos horizontes nas áreas de IoT e edge computing, áreas que possuem um tremendo potencial em termos de aumento de eficiência operacional e produtividade, mas até agora tem visto uma adoção lenta.

A Juniper Research, por exemplo, prevê que o número de sensores e dispositivos IoT conectados deve superar os 50 mil milhões até 2022, acima dos estimados 21 mil milhões em 2018.

É a capacidade do 5G fazer convergir múltiplas tecnologias que vai ser particularmente importante na forma como as empresas vão definir a transformação digital 2.0. As soluções IoT e M2M, por exemplo, têm uma plataforma para a adoção corporativa das soluções mobile edge computing, as quais serão beneficiadas pela chegada iminente do 5G.

O valor do mobile edge computing, numa era de mobilidade corporativa sem precedentes, vem na capacidade de fornecer computação segura e potente na periferia da rede. Este reduz a tensão operacional e a latência ao processar os dados mais críticos e perto de sua origem, algo que já é inestimável nesta era cada vez mais móvel,e deve tornar-se ainda mais, já que a proliferação de dados continua a um ritmo extraordinário. Então, não surpreende que, até 2022, a IDC espera que mais de 40% das implementações de cloud nas empresas incluam edge computing.

Como resultado, o mobile edge computing pode atuar como porta de acesso para as soluções de IoT serem utilizadas em todo o mundo profissional e, especialmente, por trabalhadores predominantes baseados no campo e da linha de frente nas indústrias pesadas, saúde e segurança, para citar apenas alguns setores. Da mesma forma que os laptops e smartphones criaram um novo ambiente para os trabalhadores de escritório, o mobile edge computing fará o mesmo para estes trabalhadores.

Com base nisto, esperamos ver dispositivos de IoT como os wearables criarem um impacto tangível no âmbito da indústria 4.0 com setores como de engenharia, manufatura e logística preparados para a aproveitar. Soluções como os smartglasses de AR já chegaram para ajudar os trabalhadores móveis a desempenhar melhor as tarefas diárias. Considere, por exemplo, os trabalhadores de armazém, que podem usar os smartglasses para auxiliar numa variedade de tarefas. Desde a preparação manual de encomendas, a classificação e a gestão de stock, até à entrada e remoção de mercadorias. Ter acesso à assistência no local e ao uso de confirmações de voz para executar listas também permite um fluxo de trabalho de nível superior e otimização de eficiência.

Segurança, uma prioridade constante

Claro que a oportunidade proporcionada por esta nova onda de tecnologias também traz o desafio de manter o perímetro da rede, que é cada vez maior, seguro. Com os cibercriminosos a evoluir os métodos para capitalizar quaisquer potenciais pontos fracos na estratégia de TI de uma empresa, a segurança continuará a ser uma prioridade para os líderes de TI na era da transformação digital 2.0. Especialistas em segurança da Avast estão a chamar o IoT como um campo de batalha chave em 2019, à medida que a sofisticação aumenta, enquanto que a investigação da SonicWall apoia essa postura, com a empresa a identificar mais de 12 300 novas variantes de malware somente nos primeiros seis meses de 2018.

As empresas podem proteger-se através de tecnologias como o mobile edge computing, que permite que a comunicação de dados seja encriptada localmente e traduzida num protocolo de comunicação antes de ser enviada ao núcleo da rede da empresa por meio da cloud. No entanto, é importante que os gestores de TI tenham cautela e implementem medidas que garantam que o acesso e a gestão de arquivos possam ser administrados de forma centralizada, além de investir na formação das equipas, para que os funcionários entendam o cenário de ameaças em evolução e seu papel na minimização de riscos.

No entanto, a necessidade contínua de manter um olhar atento à segurança não é motivo para as empresas se coibirem de abraçar essa próxima fase de transformação digital. A tecnologia sempre foi um fator-chave para que as empresas permaneçam competitivas e bem-sucedidas, e isso é mais verdadeiro do que nunca em 2019 quando as ferramentas existem para proporcionar mobilidade e produtividade organizacional sem precedentes.

Nick Offin, head of Sales, Marketing and Operations, Toshiba Northern Europe




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