Ética e tecnologia: inseparáveis para qualquer sector

Klaus-Michael Vogelberg, Chief Technology Officer na Sage, acredita numa criação, melhoria e gestão de tecnologia mais ética e gerida de forma transparente e responsável.

Klaus-Michael Vogelberg, Chief Technology Officer da Sage

Um estudo recente do New York Times sobre a forma como as aplicações dos telemóveis registam a nossa localização, demonstra como é importante que o sector reconheça que a ética das pessoas que desenvolvem e comercializam serviços tecnológicos é tão fundamental quanto a própria tecnologia.

As empresas de tecnologia devem fazer um esforço para tomar consciência dos potenciais riscos dos seus produtos, e ser mais sinceras no modo como os dados das pessoas são utilizados.

A gestão dos dados de forma responsável deixou de ser opcional

Os nossos dados são um ativo de valor incalculável para os profissionais de marketing.  Os dados tornaram-se matéria-prima semelhante ao petróleo ou ao ouro, pelo que a privacidade do utilizador deve passar a ser uma prioridade para todas as empresas. À medida que as empresas crescem e se transformam, deve priorizar-se o consentimento do utilizador, estabelecendo de forma clara como e quando se podem utilizar os seus dados, localizando os detalhes recolhidos, colocando a privacidade em primeiro lugar e informando os utilizadores dos processos em que a Inteligência Artificial (IA) esteja a ser utilizada para tomar decisões.

Por outro lado, as pessoas já estão a começar a perceber que os dados (aparentemente inofensivos) que introduzem nos seus perfis pessoais, aplicações e plataformas, podem ser retirados de contexto, comercializados e até vendidos sem consentimento. O ponto principal: os consumidores estão a responsabilizar as empresas de big data e big tech pela privacidade dos dados — e o escrutínio público relativamente às empresas que operam no interior e no exterior da tecnologia só irá intensificar-se ainda mais.

Diversidade e ética, as novas directrizes para a gestão de dados

A recolha de dados pessoais pelas plataformas tecnológicas reforçou a necessidade de formação ética para todas as pessoas que controlam informação sensível. A utilização das redes sociais e de plataformas de terceiros destaca a importância de introduzir de forma ética e transparente as tecnologias criadas para distribuir e analisar os dados das pessoas, como a Inteligência Artificial. A diversidade das equipas responsáveis por criar esta tecnologia é igualmente importante, dado que deve reflectir a comunidade que as vai utilizar. A igualdade digital deveria ser reconhecida como um direito humano, incluindo a defesa de algoritmos justos, acesso a ferramentas digitais livres e a oportunidade global de desenvolver capacidades digitais.

O futuro da tecnologia passa pela transparência

Eventos recentes confirmam que a abordagem do mundo dos negócios à criação e implementação de tecnologias que consomem dados, como a IA, deve focar-se na ética e na responsabilidade. Durante os seus processos, os fabricantes de tecnologia e de aplicações devem incorporar ambos os princípios no seu desenvolvimento. Uma única empresa que não tenha tomado as precauções necessárias e quebre a relação de confiança com os seus utilizadores, pode causar um efeito dominó que levará os consumidores a perder confiança nas grandes empresas tecnológicas e noutras empresas que dela tirem partido.

Enfrentar 2019 com um propósito

Já existe actualmente uma força de trabalho e um movimento social e político claramente direccionados para uma gestão ética dos dados, que se originou em certos ambientes da comunidade tecnológica. O resultado será a criação, melhoria e gestão de tecnologia mais ética, que será gerida de forma transparente e responsável.




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