“Portugal tem de se posicionar como um líder na blockchain”

A Aliança Portuguesa de Blockchain quer incentivar o desenvolvimento de soluções nacionais e aumentar o conhecimento sobre a tecnologia no país. Rui Serapicos desafia o país a posicionar-se como líder.

Rui Serapicos, director-geral da CIOnet Portugal,

Rui Serapicos, director-geral da CIOnet Portugal, promotora da Aliança Portuguesa de Blockchain

Aliança Portuguesa de Blockchain pretende aumentar o conhecimento sobre blockchain, “uma tecnologia emergente que ganha cada vez mais tração em todo o mundo e nos mais variados setores económicos”, refere Rui Serapicos, director-geral da CIOnet Portugal, entidade que lançou esta iniciativa, que congrega o tecido empresarial, a academia e entidades governamentais, no final de Março, em Lisboa. 

Rui Serapicos recorda que “a adoção da tecnologia Blockchain ainda está numa fase embrionária em grande parte do mundo”. Pelo que é fundamental dar a conhecer este paradigma emergente não só ao tecido empresarial, mas também aos estudantes para “capacitar os atuais e futuros líderes de técnicas para abordar o mercado”.

“Em Blockchains privados, o mercado, em franca expansão, deverá valer aproximadamente entre cinco a dez milhões de euros, atualmente” Rui Serapicos (CIOnet)

“Portugal não deve ficar para trás; tem de procurar aquilo que será o futuro e posicionar-se como um líder nesta área”, assinalou Rui Serapicos em declarações ao Computerworld.  Para o efeito a aliança pretende ainda que “todos os intervenientes da economia portuguesa estejam o mais bem preparado possível para a revolução que esta tecnologia implicará”, acrescentou.

O valor do mercado de blockchain não é actualmente simples de calcular. Rui Serapicos explicou que se está a falar de uma tecnologia que pode ser disponibilizada em vários modelos: público, privado e híbrido. “No blockchain público, como o ecossistema tecnológico que constitui a Bitcoin, teríamos de contabilizar a valorização das ICO (Initial Coin Offerings) e das criptomoedas em circulação.

Em blockchains privados, o mercado, em franca expansão, deverá valer aproximadamente entre cinco a dez milhões de euros, atualmente. Já naquilo que será o blockchain híbrido, não temos dados que suportem, para já, uma valorização, mas acreditamos que este será o tipo de Blockchain que mais irá crescer nos próximos anos”, assinalou o director-geral da CIOnet.

Uma estratégia para acelerar a competitividade com recurso a blockchain

“A Aliança está a trabalhar afincadamente para, junto dos interlocutores responsáveis, desenvolver os instrumentos económicos, financeiros, educacionais e de contexto para acelerar a competitividade da economia portuguesa baseada em blockchain”, sublinhou Rui Serapicos.

Fazem ainda parte dos objectivos desta iniciativa, o incentivo ao desenvolvimento de soluções de origem nacional baseadas em blockchain. “Acreditamos que Portugal se pode tornar num dos principais países nesta matéria, com soluções inovadoras que podem, de certo modo, revolucionar o mundo. Já temos alguns exemplos disso e acreditamos que em breve vão aparecer mais, é apenas uma questão de tempo”.

Durante o corrente ano, como já foi anunciado anteriormente, a Aliança vai promover um roadshow sobre o tema junto dos alunos do ensino superior e associações empresariais.

Outra iniciativa serão os Desafios de Negócio baseados em Blockchain (Blockchain Challenges) que visam encontrar soluções, baseadas na tecnologia descentralizada de registo de dados, para resolver necessidades de sectores como a banca, seguros ou retalho. No final do ano, será promovida uma conferência, na qual serão apresentados os resultados de todas estas iniciativas.

Coligação está a crescer

Numa altura em que a Aliança está a ser ainda apresentada aos potenciais interessados, integra já a organização um vasto conjunto de organizações. A CIOnet, o IAPMEI, a AICEP, a AMA e o BCSD são os principais patronos a que acrescem parceiros tecnológicos (IBM e IP Telecom), e académicos (Católica Lisbon School of Business & Economics, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Faculdade de Economia da Universidade do Porto, Instituto Superior Técnico, ISEG, Porto Business School e a Universidade Lusófona).

A aliança tem ainda como parceiros principais envolvidos a Abreu Advogados, a Associação Portuguesa de Seguradores, a EMEL, a Fidelidade, a REN e a Vodafone. Rui Serapicos explicou que podem associar-se, livre e gratuitamente, à Aliança, estudantes, startups ou empresas que “tenham como objetivo responder aos desafios propostos por parceiros da Aliança”.

“Em função da tipologia do desafio e da correspondente taxa de esforço é construído um ‘challenge case’ por preponente e avaliadas as correspondentes condições de exequibilidade desse desafio, sendo que a Aliança aceita ou não o apoio de uma determinada empresa enquanto apoiante desse mesmo desafio”, detalhou.

Finalmente, os patronos são, por norma, entidades estatais ou outros ecossistemas organizacionais que apoiam a Aliança, e os patrocinadores têm condições especiais de acesso e networking que são desenhadas em função da capacidade de acompanhamento e da aplicabilidade das soluções que dão resposta aos desafios, rematou.




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