Entre os dez projectos seleccionados para o bootcamp do Payforward Accelerator, esteve uma iniciativa portuguesa. A startup criou uma solução que permite ao empresário “perder menos tempos com processos administrativos”.
A GoFact foi a única startup portuguesa no bootcamp do SIBS Payforward Accelerator, com o portal Fact.pt, uma solução já utilizada por 15 mil clientes, segundo Hugo Pinto, director-executivo da GoFact.
O Fact.pt é um portal 100% português que agrega os processos de facturação, gestão de despesas e gestão de contas bancárias. Os objectivos do Fact.pt são “proporcionar uma leitura rápida de toda a evolução da empresa”, permitindo ao empresário “perder menos tempos com processos administrativos”, explicou o líder da empresa.
A fintech candidatou-se ao Payforward Accelerator para, nas palavras de Hugo Pinto, “estarmos próximos de toda a banca portuguesa, para a integração das nossas soluções de gestão”. Como resultado desta oportunidade, a empresa já terá planos para o futuro. No entanto, “para já não podemos revelar” quais são essas oportunidades nem com que entidades, “mas, esperamos mesmo que seja uma solução inovadora com potencial para chegar a todas as empresas em Portugal”
Estar entre as startups seleccionadas para o bootcamp representa, para o responsável da GoFact, “um reconhecimento de valor tanto no trabalho conseguido até agora, como na oportunidade emergente no mercado das fintech em Portugal e na Europa, por uma entidade de prestígio e referência em Portugal”.
Hugo Pinto acredita que a nova legislação, que incide sobre o sector bancário, irá criar “inúmeras oportunidades para as empresas terem acesso aos serviços da banca, tanto pela mediação como pela inovação em novos processos e novos produtos financeiros”.
Uma dezena de startups aceleradas na segunda edição do programa
A segunda edição do bootcamp do SIBS Payforward recebeu uma dezena de startups, incluindo a portuguesa Gofact. Participaram ainda a Coinscrap Finance, a Infin8, a Limitless App, a MoneyGarden, a Nextgen, a Seza-me: FinPin Technologies, a Simba Pay, a Spin Analytics e a Sstrategy.
Durante uma semana, de 26 de Fevereiro a 2 de Março, estas startups tiveram acesso a formação em pagamentos e soluções financeiras de base tecnológica e o acesso privilegiado a vários especialistas da SIBS. As startups, que apresentaram soluções em áreas tão diversas como a analítica, a autenticação e segurança, clientes e contas, ou notificações e pagamentos, tiveram ainda acesso a “coaching individual”, sessões de prática de “pitch”, a vários workshops e sessões de “mentoring”.
Todas estas acções são relevantes para que “as startups aperfeiçoem os seus modelos de negócio e façam os necessários ajustamentos dos produtos aos mercados onde a SIBS se insere alinhando de que forma os modelos de colaboração futuros se podem estabelecer”, explica a empresa em comunicado.
Candidataram-se à segunda edição do SIBS Payforward mais de 100 projectos de 20 países, projectos esses que tem de ter um “protótipo funcional estável” e uma base de clientes. Este ano, o programa é uma “aposta estratégica da SIBS”, especialmente porque estão na agenda temas como a directiva PSD2 ou a Indústria 4.0. Para esta edição, a SIBS procurou “startups com soluções para empresas e particulares em contexto Open API, que possam incorporar o desenvolvimento da plataforma em implementação pela SIBS”, que terão oportunidade de participar no novo serviço da SIBS, um ecossistema de Open Banking, que dará resposta aos desafios resultantes da PSD2 e que deverá estar operacional no segundo semestre do corrente ano.
“Num ano em que os temas em torno da PSD2 são incontornáveis, pareceu-nos óbvio dedicar esta segunda edição do acelerador para conhecer e atrair startups e fintechs com soluções para Open API. Esta será mais uma oportunidade para a SIBS contribuir para a criação de um ecossistema financeiro, que disponibilize ainda mais serviços para os utilizadores, particulares ou empresariais, de fintechs a incumbentes”, avançou Maria Antónia Saldanha, directora de marca e comunicação da SIBS e directora do programa SIBS Payforward.
Após o bootcamp, as startups vão entrar na etapa de aceleração, com a duração de 10 semanas. Nesta fase, o objectivo final será a “integração com a SIBS, que pode materializar-se no estabelecimento de acordos comerciais, parcerias para abordagem ao mercado ou mesmo investimento da parte da SIBS no capital da entidade selecionada”.
Entretanto, a SIBS criou um programa paralelo vocacionado para o “acompanhamento de startups focadas no desenvolvimento de soluções tecnológicas que possam criar novas experiências e as bases para um futuro mais moderno e sustentável”, o Payforward OpenTrack. Esta é uma nova frente do programa que tem como destinatários startups em early stage of development, que decorre em contínuo e em paralelo com a frente de aceleração. Muitas das candidaturas do acelerador, cujo perfil era mais adequado ao OpenTrack, foram assinaladas para serem transferidas para essa vertente do programa.