O valor do volume de transacções efectuado por empresas e Estado (B2B/B2G) ascendeu a 70 mil milhões de euros, revela a ACEPI, citando um estudo da IDC.
As vendas para particulares no comércio electrónico continuaram a crescer em Portugal, durante 2017, com 36% dos residentes a realizarem compras online, avançou esta terça-feira a ACEPI. Esse volume de negócios atingiu 4,6 mil milhões de euros e conjugado com o valor global das transacções efectuadas por empresas e Estado (70 mil milhões) resulta num total de 74,6 mil milhões.
De acordo com a última edição do Estudo da Economia Digital em Portugal, desenvolvido pela associação em parceria com a IDC, no ano passado uma evolução positiva no valor das compras online feitas em sites portugueses. Mas 50% das compras realizadas online ainda foram feitas fora de Portugal.
“Estes resultados revelam que ainda existe muito espaço para as empresas portuguesas aumentarem a sua presença na Internet e a sua pegada no comércio eletrónico”, considera a ACEPI.
Para promover a utilização dos canais de eCommerce pelas empresas portuguesas a ACEPI está a desenvolver o projeto Norte Digital, através do qual está a realizar um diagnóstico, para criar um “benchmark” e identificação dos principais “marketplaces”.
O plano inclui um périplo por 20 cidades da região norte com acções sensibilização das empresas para a importância da digitalização do seu negócio. “Dará início a um projecto-piloto com 50 empresas”, avança Alexandre Nilo Fonseca, presidente da ACEPI.
O estudo que apresenta revela que em 2017 apenas 27% das empresas portuguesas efectuaram negócios online.
‒ 9% das micro-empresas;
‒ 25% das pequenas empresas;
‒ 36% das médias empresas;
‒ 54% das grandes empresas;
Apenas 17% do seu volume de negócios foi proveniente de clientes no estrangeiro. Já em Outubro de 2017, a ACEPI disponibilizou dados segundo dos quais a percentagem de eCommerce internacional caiu nove pontos nas empresas portuguesas.
Seis palavras-chave no eCommerce para 2018
Durante 2018, a ACEPI prevê que se assista a uma consolidação da realização da experiência do e-commerce através de vários dispositivos, sendo que a compra pode ser iniciada num dispositivo móvel e concluída num desktop ou vice-versa (showrooming e webrooming). Crescente será também a presença distribuída por várias plataformas, através de aplicações móveis e API.
Face à exigência e expectativas muito abrangentes, dos clientes em 2018 a abordagem das empresas aos novos modelos de negócio terá de “contemplar além do online, as redes sociais, o móvel, e as lojas físicas (cuja tendência é para se tornarem cada vez mais em showrooms)”.
Importa, por isso, conhecer profundamente o consumidor, para avançar com melhores recomendações, sustentadas por sistemas de previsão rigorosos e abrangentes.Os novos modelos são dominados pela capacidade dos retalhistas oferecerem experiências cada vez mais personalizadas, altamente consistentes e coerentes em todos os seus canais
“Conteúdo, comércio, comunidade, contexto, personalização e pesquisa vertical serão as palavras chave do e-commerce em 2018. Além do novo perfil emergente dos consumidores 4.0, que se irá consolidar de forma mais acentuada em 2018, o e-commerce irá também refletir a rápida transformação digital dominada pela cloud, pelo mobile, pela big data e pelas redes sociais que está a ocorrer de forma transversal em toda a economia e onde os aceleradores tecnológicos da inovação, tais como o IoT, a inteligência artificial a, a realidade virtual e o blockchain”, considera Alexandre Fonseca.