A PC World identificou algumas questões, ainda não esclarecidas pela Intel, relacionadas com a mitigação das vulnerabilidades Spectre e Meltdown, e aponta algumas hipóteses de resposta.
Há ainda um importante conjunto de questões que a Intel tem de dar resposta para esclarecer os utilizadores finais e os clientes empresariais.
Os analistas dos mercados bolsistas têm colocado questões, mas estão na sua maioria relacionadas com os planos futuros de investimento e de memória. Falta colocar questões directamente relacionadas com as vulnerabilidades recentemente descobertas.
1. Quando serão resolvidos os problemas dos processadores?
A equipa da PC World aponta para o final de 2018. Na base desta previsão estão alguns planos de desenvolvimento de produtos, indevidamente divulgados, que se referem ao desenvolvimento de processadores como o “Cascade Lake-X” de 14-nm, ou, posteriormente, o “Cannon Lake” de 10-nm.
Note-se que Pat Moorhead, que já trabalhou com a AMD e é actualmente um dos analistas principais da Moor Insights, discorda desta hipótese. “Acredito que estas mitigações já estão integradas ou assistiríamos ao atraso de um ano nos novos processadores”, disse numa mensagem. Por isso é possível que os chips forem entretanto lançados, como por exemplo o Coffee Lake-S, possam incluir aquelas correcções.
2. Estas correcções vão resolver tanto as vulnerabilidades Spectre como Meltdown?
A equipa da PC World supõe que irá corrigir apenas a vulnerabilidade Meltdown. Como explicam as nossas perguntas e respostas frequentes (FAQ) sobre o Spectre e o Meltdown, o Meltdown afecta mais os processadores da Intel, devido à forma agressiva como os chips lidam com a execução especulativa. O Spectre aparentemente requer um redesign mais fundamental.
3. Irão as mitigações aplicar-se apenas a novos produtos ou também aos processadores mais antigos?
A PC World acredita que as mitigações irão apenas abranger os novos micro-processadores, embora a Intel possa eventualmente ajustar processadores existentes, em particular em servidores cloud. Ao fazê-lo, estará a abrir um precedente que poderá conduzir a uma verdadeira recolha de dispositivos, algo que a Intel aparentemente não pretende fazer com base nas suas orientações “está tudo bem”. Para tranquilizar os clientes, alguns processadores poderão ter um sufixo para assegurar que as mitigações estão integradas.
4. Quais serão os efeitos dessas mitigações sobre o processador propriamente dito?
A PC World supõe que cada vez que se adiciona alguma lógica a um CPU e se aumenta fisicamente o seu tamanho, tem igualmente impacto nos custos. Não se sabe, no entanto, se a Intel terá de adicionar blocos de lógica dedicados ou simplesmente reestruturar o chip. Se existirem custos adicionais que possam levar ao aumento dos preços, a Intel não os deverá repercutir no preço final
5. Como será o desempenho afectado?
Para a PC World, as únicas linhas orientadoras são os testes feitos pela equipa: pouco efeito no CPU, embora varie consoante o benchmark, mas abrandamentos mais significativos em testes mais abrangentes de desempenho de sistemas.
6. Irão os processadores com mitigações integradas aumentar as vendas de PC?
A PC World considera que terá pouco impacto nas vendas de PC para utilização pessoal. No entanto, para o mercado empresarial, poderá ser identificado como um motivo de venda. As empresas não querem arriscar expor-se a processos judiciais e qualquer vendedor inteligente de PC irá lembrá-las disso. Os consumidores irão apenas ranger os dentes e suportar o abrandamento e a falta de GPU disponíveis no mercado.
“Poderemos assistir a algum aumento da procura de servidores, mas não de PC, uma vez que muitos utilizadores não irão notar a degradação do desempenho”, assinala Moorhead.
No entanto, as suposições da PC World são apenas isso: suposições. Espera-se que a Intel comece a delinear planos e a resolver os problemas Spectre e Meltdown nos processadores e que o faça com brevidade.