A Comissão Europeia fez três propostas para reforçar as competências essenciais e as competências digitais dos cidadãos.
A Comissão Europeia anunciou um plano de acção para a Educação Digital que visa contribuir para ajudar os cidadãos europeus, as instituições de ensino e os sistemas educativos a melhor se adaptarem à vida e ao trabalho em sociedades cada vez mais digitas.
O conjunto das três propostas, visa melhorar as competências essenciais e as competências digitais dos cidadãos europeus, promover valores comuns e sensibilizar os estudantes para o funcionamento da União Europeia. O objectivo é reduzir “as desigualdades socioeconómicas, ao mesmo tempo que se favorece a competitividade”, assinala comunicado.
“A era digital está a expandir-se para todas as áreas da nossa vida, e não são só as pessoas que trabalham no setor das tecnologias da informação que terão de estar atentas à transformação digital. O défice de competências digitais é real. Embora 90% dos empregos do futuro já exijam um certo nível de literacia digital, 44 % dos europeus carecem de competências digitais básicas”, salienta Mariya Gabriel, comissária responsável pela Economia e Sociedade Digitais.
Em primeiro lugar, a comissão propõe a actualização substancial da recomendação do Conselho sobre as competências essenciais para a aprendizagem ao longo da vida, adoptada em 2006. Em causa está a “rápida evolução do ensino e da aprendizagem desde então”. A Comissão quer fornecer aos Estados-membros “orientações sobre a forma de atingir” aquele objetivo, colocando “uma tónica particular na promoção de mentalidades empreendedoras e orientadas para a inovação, a fim de estimular nos indivíduos as suas potencialidades, criatividade e iniciativa própria”.
A Comissão recomenda ainda “medidas para promover competências nos domínios da ciência, da tecnologia, da engenharia e da matemática (CTEM) e motivar mais jovens a enveredar por uma carreira nestas áreas”.
As propostas agora apresentadas devem ainda “ser consideradas parte da estratégia que visa melhorar urgentemente os sistemas educativos europeus para enfrentar os muitos desafios salientados no mais recente estudo PISA”. As medidas pretendem também ajudar os Estados-membros a “prepararem mais eficazmente os alunos para mercados de trabalho em permanente mutação e para o exercício de uma cidadania ativa em sociedades mais diversificadas, móveis, digitais e globais”.
A Comissão propõe o apoio às escolas através de ligações de banda larga de alta velocidade, da disseminação de uma nova ferramenta de autoavaliação da utilização das tecnologias no ensino e na aprendizagem e de uma campanha de sensibilização sobre segurança em linha, literacia mediática e ciber-higiene.
A segunda proposta prevê um “Plano de Ação para a Educação Digital”, através do qual pretende ajudar pessoas, instituições de ensino e sistemas educativos “a melhor se adaptarem à vida e ao trabalho numa era marcada pela rápida evolução digital”. A proposta recomenda “uma melhor utilização da tecnologia digital no ensino e na aprendizagem”, o “desenvolvimento das competências e aptidões digitais necessárias para viver e trabalhar na era da transformação digital” e “a melhoria da educação através de análises e projeções mais precisas”.
Entre as medidas propostas está o apoio às escolas através de ligações de banda larga de alta velocidade, da disseminação nas escolas de uma nova ferramenta de auto-avaliação da utilização das tecnologias no ensino e na aprendizagem (SELFIE) e de uma campanha de sensibilização sobre segurança em linha, literacia mediática e ciber-higiene.
Por último, propõe formas de a educação ajudar os jovens a compreender a importância dos valores comuns, da educação inclusiva e da dimensão europeia do ensino. Entre outros focos, visa “reforçar a coesão social e contribuir para a luta contra a ascensão do populismo, da xenofobia, do nacionalismo fraturante e da difusão de notícias falsas”. Para alcançar estes objetivos, a Comissão tomará medidas para multiplicar os intercâmbios virtuais entre escolas, nomeadamente através da iniciativa de sucesso de e-Twinning (geminação electrónica de escolas), e fomentar a mobilidade escolar através do programa Erasmus +.
As propostas surgem dois meses depois da Cimeira de Gotemburgo, na qual os chefes de Estado e de Governo debateram informalmente os temas da educação, da formação e da cultura e serão um contributo para a primeira Cimeira Europeia para a Educação, que terá lugar a 25 de Janeiro, em Bruxelas, subordinada ao tema “Lançar as bases do Espaço Europeu da Educação: para uma educação inovadora, inclusiva e assente em valores”.