Comissão quer investir mil milhões em supercomputadores

A contribuição da UE será próxima dos 486 milhões de euros, montante semelhante ao total daquela dos Estados-membros e países associados.

Carlos Moedas, comissário da UE responsável pela investigação, ciência e inovação

A Comissão Europeia apresentou esta quinta-feira os seus planos para investir, em conjunto com os Estados-membros, na instalação de uma infra-estrutura europeia de supercomputadores. Uma nova entidade empresarial comunitária, a EuroHPC, vai adquirir, desenvolver e implantar em toda a Europa a estrutura necessária.

Ao todo o projecto envolverá o investimento de mil milhões de euros, até 2020. A EuroHPC deverá ainda apoiar um programa de investigação e inovação para o desenvolvimento de tecnologias e máquina, bem como de aplicações (suporte lógico) que possam funcionar com esses supercomputadores.

A contribuição da UE para a EuroHPC será de cerca de 486 milhões de EUR no âmbito do atual Quadro Financeiro Plurianual, a que acrescerão as contribuições dos Estados-Membros e de países associados, de montante total semelhante, diz um comunicado.

O plano prevê ainda contribuições em espécie das entidades privadas participantes na iniciativa.
“Os supercomputadores são o motor da economia digital. Nesta dura competição, a UE está a ficar para trás: nenhum dos nossos supercomputadores figura na lista dos 10 melhores do mundo.

A Comissão acredita que a infra-estrutura de alto desempenho deverá dotará a indústria europeia, em particular as pequenas e médias empresas (PME), de facilidades para a concepção de produtos inovadores

Com a iniciativa EuroHPC, queremos dar aos investigadores e às empresas, até 2020, uma capacidade de computação de vanguarda mundial, para que possam desenvolver tecnologias, como inteligência artificial, e conceber as aplicações quotidianas do futuro em áreas como a saúde, a segurança ou a engenharia”, comentou Andrus Ansip, vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo Mercado Único Digital.

A Comissão acredita que a infra-estrutura de alto desempenho deverá dotará a indústria europeia, em particular as pequenas e médias empresas (PME), de facilidades para a concepção de produtos inovadores “A utilização de HPC tem um impacto crescente sobre os setores e as empresas, reduzindo significativamente os ciclos de produção, acelerando a conceção de novos materiais, minimizando custos, aumentando a eficiência dos recursos, e encurtando e otimizando os processos de decisão. Por exemplo, os ciclos de produção automóvel podem ser reduzidos graças a supercomputadores, passando de 60 para 24 meses”, explica.

A EuroHPC tenciona adquirir sistemas com desempenhos exa-escala (100 mil biliões de operações por segundo) e apoiar o desenvolvimento de sistemas de desempenho à exa-escala (1018 ou um trilião de operações por segundo), baseados em tecnologias da UE, até 2022-2023.

A organização estará em actividade de 2019 a 2026. A infra-estrutura prevista será propriedade conjunta dos seus membros – numa primeira fase, os países signatários da Declaração EuroHPC (inclui Portugal) e os membros privados das universidades e da indústria.

“Os supercomputadores vão revolucionar a aprendizagem automática, o dito ‘machine learning’, e essa aprendizagem vai revolucionar a própria ciência. E acredito que esta iniciativa pode multiplicar os efeitos e resultados de um programa fantástico como o Horizonte 2020”, Carlos Moedas, comissário responsável pela investigação, ciência e inovação.

 




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