A adopção de tecnologias para redes de longa distância definidas por software deverá crescer para níveis de maior generalização.
As tecnologias para redes de longa distância definidas por software (SD-WAN, sigla em inglês) está a tornar-se transversal ao segmento dos equipamentos de rede. Emergente em 2017, atingirá graus de adopção generalizada durante 2018, à escala mundial.
A IDC prevê que as receitas associadas a SD-WAN atingirão 2,3 mil milhões de dólares durante 2018. Deverão registar uma taxa de crescimento anual composta de 69%, rumo aos 8 mil milhões até 2021. “Em 2017 houve muitas organizações precoces na adopção de SD-WAN, sendo esta limitada a talvez dois ou três instalações”, diz Brad Casemore, analista para o mercado de redes na IDC.
“Mas agora, as implantações estão a ficar muito maiores e estamos começamos a ver um ponto de inflexão mais acentuada (“hockey-stick”)”. Além disso, especialistas dizem que conforme as implantações de SD-WAN estão a tornar-se omnipresentes para organizações com redes de escritórios e dependências, mais mudanças importantes deverão acontecer.
“Estamos a passar de uma fase SD-WAN 1.0 para a estapa 2.0”, explica Lee Doyle da Doyle Research. A SD-WAN 1.0 caracterizou-se por redes híbridas, agregando tecnologia MPLS e conexões de Internet, para reduzir custos de largura de banda e aumentar desempenhos. “A SD-WAN 2.0 tem mais a ver com a utilização por múltiplas entidades clientes, melhorando a gestão, monitorização e segurança.”
Doyle diz que SD-WAN 2.0 ultrapassa a rede em si e abrange toda uma extensão definida por software.
Uma das maiores tendências no mercado de redes a acompanhar durante 2018 será o incremento na integração de serviços de segurança em ambientes de SD-WAN, diz Brad Casemore (IDC)
Doyle diz que a tecnologia de virtualização para WAN permitirá em breve que as organizações prescindam de infra-estrutura de encaminhamento para filiais ou dependências. Ligações de IP / VPN, firewalls e Internet serão agregadas em software, reduzindo ‒ se não mesmo eliminando ‒ a necessidade de haver hardware estruturas de filiais. “Os fornecedores de SD-WAN estão adicionar rapidamente recursos no software”, nota Doyle.
Uma das maiores tendências a acompanhar durante 2018 será o incremento na integração de serviços de segurança em ambientes de SD-WAN, diz Casemore. A A oferta da ZScaler e Websense inclui plataformas de segurança baseadas em software fruto de parcerias com fornecedores de tecnologia para SD-WAN, incluindo a Viptela, VeloCloud, Riverbed e Talari, entre outros.
A SD-WAN tem maior adesão em empresas com múltiplas instalações, como bancos e empresas de retalho. O Capital One ‒ um dos 10 maiores bancos dos EUA com 45 milhões de contas de clientes ‒ possui mais de 700 filiais, cada uma das quais com necessidade de teruma conexão fiável com a Internet.
Mas nos últimos anos a instituição optou por disponibilizar agências bancárias menos tradicionais na forma de cafés, capazes de incentivar os clientes a usar a Internet para usar serviços bancários. “Agora, se o nosso Wi-Fi não estiver a funcionar, não podemos servir o cliente”, diz Jason Abfalter, director de tecnologia da divisão de retalho e banca directo da Capital One. “A rede precisa estar a funcionar e segura”.
Este caso de utilização levou o Capital One a iniciar uma enorme implantação SD-WAN por toda a rede da empresa. Tornou-se capaz de separar, da rede com tráfego de tarefas bancárias de back-end, uma conexão Wi-Fi fiável, com múltiplas bandas para clientes.
Abfalter diz que conforme as implantações aumentarem em 2018, ele quer integrar ainda mais ferramentas de segurança. As de filtragem de URL e os recursos de firewall em software para SD-WAN, estão nos seus planos.
Backup para SD-WAN com redes móveis
A incorporação de capacidades de conectividade móvel como backups em SD-WAN deverá ser outro grande avanço durante em 2018, diz Doyle. As grandes empresas já possuem planos de tráfego de dados disponibilizados por operadores móveis e, em alguns casos, são capazes de agregar os fluxos de dados de toda a organização e usar a conexão móvel para backup de conexões de banda larga, com transição automática. Tudo isso pode ser gerido por software de SD-WAN implantado nas filiais. Conforme os preços de ligação por LTE e 4G caiem, esta opção será usada por mais organizações.