O fornecedor de cloud computing anunciou um novo serviço e uma câmara de vídeo, o SageMaker e DeepLens, durante a sua conferência, Re:Invent.

Andy Jassy, CEO da Amazon Web Services
A Amazon Web Services reforçou a intenção de explorar o mercado das empresas menos preparadas para adoptar e tecnologias e processos de aprendizagem automática, incluindo startups. Na sua conferência Re:Invent apresentou um serviço de aprendizagem automática integral, totalmente gerido pelo fornecedor chamado Sagemaker.
Além disso revelou um câmara de vídeo capaz de funcionar com base em modelos de aprendizagem hierarquizada, para reconhecimento de imagens, a DeepLens.
“A aprendizagem automática é tão tantalizante para a maioria dos programadores e cientistas [de dados]. A esperança e o ‘hype’ são tremendos. Podemos discutir sobre todas as ‘buzzwords’ que conhecemos nos últimos 11 anos em desenvolvemos a AWS, mas a aprendizagem automática será a que se ouve mais alto”, disse Andy Jassy, CEO da AWS, em Las Vegas (onde decorre a conferência).
“Os programadores ambicionam que a aprendizagem automática seja tão difícil. Não querem que seja tão impenetrável, nem uma ‘caixa preta’. E desejam que possa ser mais fácil adopta-la”, acrescentou.
Os principais passos para montar um modelo de aprendizagem automática com o SageMaker começam pela criação de um “Jupyter Notebook” aplicação open source para explorar conjuntos de dados, limpá-los e fazer o seu pré-processamento. Os processos podem ser executados em instâncias gerais ou alimentadas por processadores GPU, se necessário.
Ao removerem-se alguns dos grandes obstáculos na criação de modelos de aprendizagem automática as técnicas associadas estarão ao alcance de mais empresas, sem que tenham de empregar especialistas, defende Andy Jassy, CEO da AWS.
Os utilizadores podem então usar qualquer um dos dez algoritmos e estruturas de aprendizagem, supervisionadas e não supervisionadas, mais comuns e incorporadas na oferta. Ou então criam os seus próprios.
A base para o processo de treino pode expandir-se até dezenas de instâncias de modo a suportar a criação de modelos mais rápidos. Ao removerem-se alguns dos grandes obstáculos na criação de modelos de aprendizagem automática, segundo Jassy, as técnicas associadas estarão ao alcance de mais empresas, sem que tenham de empregar especialistas.
“Não existem, simplesmente, muitos profissionais especializados em aprendizagem automática no mundo. A maioria acaba por evoluir dentro das grandes empresas de tecnologia. E quando se pretende habilitar a maioria das empresas para usar a aprendizagem automática de forma expansiva, temos de resolver o problema de o tornar acessível a todos os programadores e cientistas de dados”, explicou.
DeepLens pode prescindir da cloud
Jassy apresentou também uma câmara de alta definição, equipada com um conjunto de modelos pré-treinados de aprendizagem automática, para oferecer capacidades de detecção e reconhecimento em imagens. Os programadores poderão treinar os seus próprios modelos com o SageMaker e executá-los na câmara.
“Os modelos deverão ajudar a detectar e distinguir gatos e cães, rostos, uma grande variedade de objectos domésticos e do quotidiano, movimentos e acções, e até cachorros-quentes. Continuaremos a treinar esses modelos, tornando-os melhores ao longo do tempo “, promete Jeff Barr, promotor das ideias estratégicas da AWS num blog.
A câmara de quatro megapixels pode capturar o vídeo a 1080P e som através de um conjunto de microfones 2D. A DeepLens funciona baseada em Ubuntu 16.04 e surge pré-carregada com o Greengrass Core, da AWS. Há também uma versão optimizada para o dispositivo da matriz MXNet, podendo-se usar também outras frameworks, como a TensorFlow e a Caffe2.
“Com olhos, ouvidos e um cérebro bastante poderoso situados no local de instalação, perto da acção, a DeepLens pode actuar sobre vídeo e áudio recebidos, usando modelos de aprendizagem automática nela instalados, rapidamente e com baixa latência, fazendo uso de cloud computing para processamentos de nível superior, mais intensivos em computação “, acrescentou Barr.
Esta semana a AWS lançou também a Amazon Rekognition Video, um “serviço de análise de vídeo com aprendizagem hierarquizada capaz de detectar pessoas, actividades e reconhecer objectos, celebridades e conteúdo inapropriado”, afirmou a empresa. O Rekognition Video pode ser aplicado a vídeos armazenados ou em streaming.