O barómetro do DPDgroup revela que as vendas transfronteiriças estão a aumentar, existindo ainda espaço para crescimento acelerado. Quase metade dos internautas portugueses já comprou pelo menos uma vez online.
Quase metade dos utilizadores de Internet em Portugal (48%) já compraram online, diz Olivier Establet, presidente da Chronopost. Em 2016 essa percentagem era de 45%. As compras no estrangeiro são cada vez mais uma opção dos portugueses, sendo que 25,6% afirma já ter comprado, pelo menos uma vez, num site estrangeiro, um valor acima da média europeia, onde apenas um quinto das compras são feitas online, acrescenta Establet.
Quanto à origem das lojas, os portugueses têm optado ao longo do tempo por comprar no Reino Unido, na China e em Espanha. De assinalar que, em 2017, a importância da China aumentou, tendo alcançado este ano a primeira posição do rol, refere o presidente da Chronopost, uma das marcas do DPDGroup. O “E-Shopper Barometer Report”, desenvolvido pela Kantar para o DPDGroup, revela que o “aumento significativo” do peso da China deverá manter-se, “uma vez que um terço dos consumidores que compra online está dispostos a comprar no estrangeiro”.
A nível europeu, as compras online transfronteiriças já “representam um quinto de todos os bens comprados”. Tendo em conta que um terço dos consumidores pretende comprar no estrangeiro num futuro próximo é um segmento com “grande potencial de crescimento na Europa”, adianta o estudo.
Para tirar partido desta tendência, os retalhistas devem procurar identificar os comportamentos e requisitos locais, bem como as necessidades específicas em cada mercado, explica Jean-Claude Sonet, director de Marketing do DPDGroup. Para facilitar as compras online transfronfeiriças, os comerciantes devem investir em plataformas móveis recordando ainda que a primeira experiência para os novos compradores online “assegura a sua fidelização a longo prazo”, sublinha Jean-Claude Sonet.
Em causa está o peso dos compradores frequentes que representam cerca de um terço dos compradores online europeus fazendo num entanto 86% do total das compras online. Estes compradores “tendem a comprar em sites que conhecem e em que confiam, independentemente da categoria de produto”, detalha o estudo, recomendado aos retalhistas cuidados redobrados na primeira transação, pois irá “assegurar a lealdade”
mCommerce ganha expressão
O estudo destaca também o crescimento do canal “m-commerce”. Os smartphones são cada vez mais usados nas compras online, em especial entre aqueles que se podem considerar compradores frequentes e os “millennials”.
No entanto, o portátil/computador é ainda a ferramenta mais utilizada para comprar online. De salientar que os “compradores online não compram exclusivamente numa aplicação e 43% destes acreditam que ter um site mobile-friendly é um importante critério de compra”.
A entrega ao domicílio é o método preferido dos “compradores online”, embora esteja a aumentar o interesse em soluções alternativas com as “parcel shops”, as lojas dos retalhitas e os cacifos. O estudo revela quem matéria de métodos de entrega e pagamento, as preferências variam substancialmente de país para país, recomendando aos retalhistas “ir ao encontro das expectativas dos clientes”.
Os motores importantes para a compra online “rondam a transparência quanto aos preços do produto e as políticas de devolução, entregas e devoluções gratuitas, bem como descrições detalhadas dos bens”, refere a parte do estudo relacionada com o consumidor português. A prejudicar a vontade de comprar na Internet estão “processos de devolução complicados, pouco claros ou caros, bem como artigos inexistentes em stock”, refere o estudo.
Quase metade dos portugueses já comprou online
– O número de portugueses que compram online aumentou (48%), a maior taxa dos mercados em crescimento, mas ainda se encontra abaixo da média europeia (54%);
– Os artigos mais comprados são a moda, high-tech/electrónica (com média superior à da Europa) e a cosmética/saúde;
– M-commerce: os smartphones estão a ser cada vez mais usados para comprar online, especialmente entre os compradores frequentes e os millennials (56%) e acima da média europeia.
– A grande maioria dos compradores online portugueses considera a sua mais recente experiência de compra online como ‘muito positiva’ (76%), e classifica-a de ‘fácil’ (89%);
– O e-shopping cross-border está a aumentar especialmente em produtos oriundos da China. Há ainda espaço para um elevado crescimento, uma vez que mais de 60% dos portugueses que nunca compraram no estrangeiro estão disponíveis para começar a fazê-lo.
– Mais de um quarto das compras dos compradores online nacionais já são feitas noutros países (acima da média europeia de 19,2%). Portugal tem a segunda maior média na Europa de compradores, com 83% dos compradores online a afirmarem já ter adquirido pelo menos um produto noutro país.
– A carteira digital e o Multibanco continuam a ser os métodos de pagamento preferidos dos compradores online portugueses.
– 68% dos portugueses receberam a sua encomenda com portes oferecidos e na sua maioria (68%) escolheram o domicílio como local para recepção. Contudo, o interesse em alternativas para a recepção das encomendas está a aumentar;
– A possibilidade de alterar a entrega, receber a encomenda no dia seguinte e a informação em tempo real, são razões que levam o comprador online português a ter maior intenção de comprar num website;
– 90% dos compradores online comprariam num e-retalhista que disponibilize uma janela de uma hora de entrega.