Edebex e BNI propõem-se facilitar tesouraria das PME

A fintech e o banco firmaram uma parceria através da qual a plataforma de compra e venda de faturas é disponibilizada às PME portuguesas contribuindo para mitigar problemas de tesouraria.

Pedro Pinto Coelho, presidente executivo do Banco BNI Europa, e Xavier Corman, CEO da Edebex

A belga Edebex e o Banco BNI Europa tornaram pública a parceria através da qual o banco disponibiliza, junto de PME portuguesas com necessidades de tesouraria, a plataforma online de compra e venda de facturas daquela fintech. A plataforma posiciona-se, também, como uma alternativa aos tradicionais produtos de factoring e crédito.

A plataforma online de compra e venda de facturas da Edebex destina-se a PME que não têm dimensão, nem preenchem os critérios exigidos pela banca incumbente ou pelos prestadores de serviços de factoring para conseguir ter acesso a crédito ou a soluções de factoring explica segundo Pedro Pinto Coelho, presidente executivo do Banco BNI Europa.

“80% dos nossos clientes não consegue ter acesso a soluções financeiras tradicionais. Os bancos recusam-lhes qualquer tipo de apoio, porque as suas empresas têm ‘ratings’ financeiros baixos”, enquanto muitas empresas se debatem “com dificuldades que advém sobretudo dos prazos de pagamento cada vez mais alargados que negoceiam com os seus clientes”, assinala David Van der Looven, CCMO (Chief Commercial & Marketing Officer) da Edebex.

As duas empresas estão a trabalhar em conjunto há alguns meses e, através do BNI a plataforma online é agora anunciada em Portugal, depois de comercializada na Bélgica, em França e no Luxemburgo (desde Abril). A Edebex conta com 30 colaboradores, todos na Bélgica, três dos quais portugueses para dar suporte aos clientes que falam esta língua.

A plataforma destina-se essencialmente PME até 10 colaboradores com um volume de negócios de até cinco milhões de euros

O BNI tem cerca de três anos e a plataforma da Ebedex foi desenvolvida em 2013. São duas organizações de dimensão semelhante que disponibilizam soluções para o mesmo perfil de clientes – PME até 10 colaboradores com um volume de negócios de até cinco milhões de euros –, como explicaram em conferência de imprensa.

A “nova alternativa” permite às PME “melhorarem a tesouraria e superarem as dificuldades de cash flow”. Dando resposta a um problema que afecta o tecido empresarial em Portugal. As empresas recordam, em comunicado conjunto, dados do estudo European Payment Report 2017, da Intrum Justitia, que, em “Portugal o índice de risco de pagamentos é dos mais elevados da Europa (-1.08) e os atrasos de pagamento são dos mais dilatados (mais de 95 dias)”.

Esta combinação contribui para “estrangular o crescimento das empresas, sobretudo das PME, fazendo perigar postos de trabalho e ameaçando a subsistência dos seus negócios”, refere Xavier Corman, cofundador e CEO da Edebex.

Tesouraria disponível em 72 horas

A Edebex permite, no prazo de 72 horas, que “qualquer empresa recupere os valores de faturas em aberto garantindo uma melhor gestão financeira dos seus negócios e uma maior capacidade para lidar com os prazos de pagamento mais dilatados dos seus melhores clientes”, explica a empresa. Deste modo, as PME podem conseguir, de imediato, “maiores níveis de liquidez, quer à optimização dos seus fluxos de tesouraria”.

A plataforma Edebex serve como intermediário entre quem precisa de tesouraria e quem tem excesso de tesouraria. Do lado dos compradores “estão investidores que têm excedentes de tesouraria e que pretendem valorizá-los. Estes investidores são pagos pelo devedor da fatura no vencimento normal da mesma,” explica Xavier Corman.

“As facturas inseridas na plataforma são vendidas a investidores, libertando as empresas utilizadoras do risco de não pagamento”, explicam os parceiros em comunicado. O processo de financiamento “não implica garantias, cauções, processos de crédito ou contratos que vinculem as empresas utilizadoras no período de duração”.  O prazo de 72 horas definido pela Edebex é reduzido caso as empresas sejam igualmente clientes do BNI.




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