Novo Portal da Justiça é uma versão “beta” em construção

A Justiça em portugal está a passar por um processo de transformação e está a recorrer ao Agile para o efeito. O Portal da Justiça é exemplo de aplicação destas metodologias.

Anabela Pedroso, secretária de Estado da Justiça, apresentou o que de novo se está a fazer no Ministério da Justiça com o objectivo de tornar os processos menos pesados e, em última instância, facilitar a vida aos cidadãos. A governante falava, na abertura do segundo dia da conferência Scrumday Portugal & DevOps Forum 2017.

O ministério está a tirar partido de metodologias ágeis, envolvendo, num contexto de experimentação, todos os que lá trabalham. O trabalho que tem vindo a ser desenvolvido é “uma aproximação ágil com metodologias associadas a essa forma de agilizar procedimentos no ministério da justiça”, explicou na conferência organizada pela IDC Portugal e pela Agile 21.

Anabela Pedroso referiu-se ao, recentemente lançado, Portal da Justiça, uma plataforma de serviços que visa congregar “toda a oferta de um ministério”. É “o primeiro exemplo português em que a Administração Pública aparece com uma única imagem corporativa”, destaca.

O Portal da Justiça “é uma versão beta em que pedimos ao cidadão para nos ajudar a melhorar a sua experiência. O que temos não é muito, mas o que temos é muito bom”, Anabela Pedroso, secretária de Estado da Justiça.

O Portal da Justiça foi colocado no ar há quatro semanas. Ao utilizar as metodologias ágeis, o portal acaba por ser “uma versão beta em que pedimos ao cidadão para nos ajudar a melhorar a sua experiência. O que temos não é muito, mas o que temos é muito bom”. Mensalmente são lançadas novidades.

Durante o trabalho de preparação do Portal, do levantamento realizado resultou um rol de “mais de 40 sites”, com “oferta de serviços dura, pesada, aborrecida, que bloqueava com muita facilidade”. A urgência de mudar, levou o Ministério a encontrar um modelo que permitisse transformar em pouco tempo”, explicou a secretária de Estado. A escolha natural foi “desenvolver uma tecnologia ágil que permitiu rapidamente colocar tudo no terreno, seguindo três princípios: produzir, testar, recriar”, explicou Anabela Pedroso.

Assim, durante oito meses, “trabalhámos no sentido de mudar. Juntámos toda a gente, criámos o modelo online e começámos a construir” e o resultado está à vista. “É a iniciativa [do Ministério] mais inovadora no contexto digital”, assente numa metodologia que simplificada se traduz em “um, dois, três: pedir, processar, receber”.

Anabela Pedroso deu ainda o exemplo do balcão do óbito que estará disponível em Janeiro de 2018. À semelhança de outros “balcões digitais”, o balcão do óbito irá congregar todo um conjunto de informações e serviços que um cidadão necessita aquando do falecimento de um familiar ou ente querido, como por exemplo tudo o que é preciso saber sobre habilitações de herdeiros.

Um terceiro exemplo diz respeito aos tribunais, onde estão a ser simplificados e agilizados os processos administrativos e de atendimento com o objectivo de aumentar a eficiência administrativa e proporcionar uma melhor experiência aos cidadãos quando interagem com o tribunal. Após o piloto em Sintra, a iniciativa vai estender-se a mais cinco tribunais até ao final do ano. Em 2018 serão adicionados mais 48 e o processo estará concluído até finais de 2019, num total de 308 tribunas, disse a secretária de Estado, à margem da conferência, ao Computerworld.

No total, a transformação digital do Ministério representa um investimento de quatro milhões de euros até final de 2019. Os projectos referido, o investimento nas pessoas, e também a recuperação do edificado estão incluídos. “Transformar não é só meter um cabo”, envolve tecnologia, pessoas, e mais. Num “processo de transformação não faria sentido colocar tecnologias, mas ter os prédios por reabilitar”, explicou Anabela Pedroso.

Transformar é muito difícil

Anabela Pedroso, secretária de Estado da Justiça

A transformação passa então por uma mudança interna, que envolve as pessoas “acho interessante que as pessoas continuam a participar”. Não obstante o entusiasmo demonstrado na apresentação, Anabela Pedroso não esconde que “transformar é muito difícil, mas, se não começarmos, quando é que a transformação ocorre? Se todos partilharmos, se todos fizermos diferente, poderemos fazer as coisas globalmente de forma diferente e será melhor para todos nós”, concluiu.

No futuro todas as plataformas dos ministérios deverão estar interligadas. “Já trabalhamos de forma integrada com outros ministérios, desde o desenvolvimento do cartão do cidadão, em 2006/7. É uma relação transversal inter-ministerial que se mantém até hoje”. E concluiu: “quando falamos de balcões de oferta integrada do ponto de vista de oferta ao cidadão tem muito a ver com a interoperabilidade entre sistemas”.




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