Como uma rede de parceiros. sobretudo operadores de comunicações, o fabricante promove a oferta como base de controlo e vigilância poderosa nas cidades.
A Huawei revelou a plataforma de inteligência artificial (AI) em cloud denominada Enterprise Intelligence (EI). Com a oferta o fabricante chinês anunciou a sua intenção de evoluir para o grupo dos maiores fornecedores de cloud computing: Amazon Web Services (AWS), a Microsoft Azure, o Google Cloud e a IBM.
A nova plataforma foi revelada na conferência anual do gigante tecnológico chinês em Xangai, chamada Huawei Connect, pelo “CEO rotativo” Guo Ping. Este enfatizou os planos da Huawei para fornecer a infra-estrutura tecnológica aos seus mais de 30 parceiros, 14 dos quais aderiram à comunidade desde a Connect do ano passado.
A multinacional chinesa planeia construir uma rede mundial de cloud computing com base no modelo de “alianças”, frequente no sector da aviação. A comunidade em perspectiva vai incluir as empresas de telecomunicações Deutsche Telekom, BT, Orange e Telefónica.
Já este ano, empresas como a GE e a Honeywell escolheram a Huawei como parceiro de cloud computing para oferecer soluções de IoT em segmentos que variam desde a segurança ao sector da energia. O fabricante chinês já seduziu também outras empresas de grandes nomes como a Volkswagen, usando computação de alto desempenho para o projectos de simulação.
A Huawei apresenta a EI com bons resultados no processamento de vídeo em tempo real, na identificação de objectos, e no reconhecimento de documentos e imagens
A operação de saúde da Philips já usa a cloud da Huawei para gerir 8,1 milhões de dispositivos médicos. A EI foi um dos maiores anúncios da conferência e será vendida como uma cloud para disponibilizar serviços de aprendizagem profunda, analítica de gráficos, treino de IA, aprendizagem automatizada, e plataforma de indexação.
A Huawei apresenta a EI com bons resultados no processamento de vídeo em tempo real, na identificação de objectos, e no reconhecimento de documentos e imagens. A plataforma também apresenta serviços de API gerais, como as de linguagem natural e reconhecimento de voz. O reconhecimento óptico de caracteres tem um índice de sucesso de é 97,37% segundo a empresa.
Cérebro urbano
A Enterprise Intelligence (EI) permitirá buscas de imagens na ordem de 100 mil milhões por segundo, por exemplo para a automação de controlo de tráfego. É o caso de um projecto de cidade inteligente, “Traffic Brain”, implantado na cidade de Shenzhen, com 22 milhões de habitantes e densidade de veículos muito elevada.
A cidade agora planeia usar uma rede dedicada de largura de banda ultra-alta baseada em tecnologia da Huawei para captar dados de tráfego urbano de 700 milhões de entradas por mês. A estrutura do sistema engloba polícias assistidos pela EI, que captarão dez milhões de imagens por dia.
“Se um veículo não devia estar na estrada, a tecnologia será capaz de detectá-lo”, garante um porta-voz da iniciativa. O projecto baseia-se no trabalho da Huawei com redes maciças de captação de vídeo, referidas por Guo Ping, para dar o exemplo de um caso de utilização: o neutralizar uma situação de sequestro de uma menina desaparecida em Qingdao, província de Shandong.
As infraestruturas usadas pela cidade, de 10 milhões de pessoas, permitiram que a polícia captasse em vídeo o rosto de uma mulher, suspeita de ter levado a criança.
O conteúdo foi processado em conjunto com uma base de dados de imagens para identificar a mulher, localizar o hotel em que ela estava hospedada e a criança foi encontrada.