Lenovo quer transformar “desvantagem” em benefício

A nova linha de equipamento ThinkAgile será aquela que deverá dar mais lucro a parceiros, diz Angel Ruiz, director do negócio do fabricante no segmento de centros de dados.

Angel Ruíz,  director da Lenovo para o negócio de centros de dados 

Um dos problemas apontados à recente reformulação da oferta da Lenovo, para centros de dados, é a carência de uma proposta de software de gestão de TI adequada. Mas Angel Ruíz sente-se pouco incomodado com isso e acredita ser possível ao fabricante obter vantagens importantes ao poder escolher o melhor que o sector pode oferecer com parcerias.

O fabricante tem ainda novo programa de parceiros, factor no qual funda o potencial de crescimento para os próximos três no mercado português, diz o director da Lenovo para o negócio de centros de dados, em Espanha e Portugal.

Computerworld ‒ Quais serão os equipamentos mais importantes para a Lenovo o mercado português?
Angel Ruíz ‒ Nós lançamos duas marcas Think System , para hardware de servidores, armazenamento e redes, e ThinkAgile para soluções de infra-estrutura definida por software. As duas serão igualmente importantes para nós em Portugal. As empresas estão a fazer a transformação dos centros de dados para o digital, que não se pode fazer de uma dia para o outro. A parte de ThinkSystem é aquela que vai dar suporte à renovação da infra-estrutura actual de redução de custos mantendo disponibilidade e a outra suportará a inovação, dando soluções específicas para problemas que os clientes têm no centro de dados.

CW ‒ Considerando a vossa base instalada em Portugal qual é a marca mais importante para a Lenovo crescer no mercado português?
AR ‒ Gostaríamos que os clientes adoptassem de forma mais rápida os equipamentos de ThinkAgile. A transformação digital é obrigatória.

CW ‒ É a oferta mais marcada por software…
AR ‒ É definida por software, mas implica hardware. Envolve aplliances sendo servida pelo contributo das nossas alianças com outros fornecedores.

Por exemplo, para armazenamento definido por software usamos a parceria com a Nexenta. Mas a ofertas constituem blocos reunindo hardware, software e serviços de manutenção que nós oferecemos.

Prevemos que a linha de ThinkAgile será aquela que vai acelerar mais a transformação digital.

CW ‒ E será a parte com a qual terão mais margem de lucro também, correcto?
AR ‒ Dará mais margem de lucro sobretudo aos parceiros de canal e não à Lenovo. Nós prezamos os parceiros de valor acrescentado capazes de levar a transformação digital aos clientes, disponibilizando uma “camada” de serviços.

CW ‒ Analistas de mercado consideram que uma das falhas da oferta da Lenovo é não ter um software satisfatório e por isso tem de recorrer a parceiros. Quais são os parceiros mais importantes para o mercado português?
AR ‒ Depende da área. Os analistas podem dizer que é um problema, mas também tem vantagens, como oferecer mais facilmente várias tecnologias do mercado. Por exemplo, para projectos de hiperconvergência temos dois parceiros principais: Nutanix e VMware. Para o armazenamento definido por software, não há uma solução capaz de cobrir todas as necessidades e temos três alianças: Cloudian, Datacore e Nexenta.

Esta última oferece a tecnologia de SDS, para o armazenamento mais clássico de ficheiros e blocos. A tecnologia da Cloudian é para dados em forma de objectos e a Datacore serve para os ambientes de armazenamento heterogéneos, formando uma camada suplementar de funcionalidades, que facilita a substituição de equipamento de alta gama obsoleto, por servidores com discos internos. Há nisso vantagens de custo de investimento inicial, assim como na expansão (“scale-out”) e disponibilidade.

CW ‒ Então esta estratégia de ecletismo é para manter?
AR ‒ Sim, pode ter uma desvantagem mas tem muitas mais vantagens.

CW ‒ Quais são as vossas prioridades para o mercado português?
AR ‒ Portugal representa perto de 15% do nosso negócio em centros de dados na Península Ibérica. Queremos até 2020 chegar aos 23%.

Contamos fazê-lo alicerçados no novo programa de canal, com planos novos de certificações e condições de compra e novo portefólio de soluções. Este simplifica a estrutura de marcas que tínhamos e permite ter maior eficiência de fabrico, com apenas duas linhas e poupança de custos inerente.Teremos mais rapidez na resposta.

O mercado de servidores está com crescimento quase nulo, mas os nossos planos são de crescimento moderado o que implica ganhar quota a concorrentes. Mas o mais importante é continuar a garantir níveis de qualidade e crescer sem perder dinheiro.

CW ‒ Têm oferta para projectos de edge computing?
AR ‒ Sim, mas apostamos nas arquitecturas de cloud híbrida. Em Setembro vamos lançar um novo produto dentro da linha ThinkAgile, que será com o Azure Stack. Permitirá ter uma cloud privada dentro do seu centro de dados, capaz de recorrer a plataformas externas para obter maior capacidade quando necessário.

Recomendamos aos nossos clientes para dimensionar o centro de dados para o que é necessário actualmente e não para cinco anos, os prazos têm de ser mais curtos.




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