JD.com torna-se num dos maiores accionistas da Farfetch

O retalhista online chinês investe 397 milhões de dólares na empresa portuguesa e o seu CEO entra para o conselho de administração da mesma.

José Neves, CEO e fundador da Farfetch

A JD.com e a Farfetch anunciaram uma “parceria estratégica” entre as duas empresas, mas envolve a entrada do retalhista chinês no capital social da organização de eCommerce de origem portuguesa. Com o investimento de 397 milhões de dólares passa a ser um dos maiores accionistas, revela o retalhista online de artigos de moda de luxo, sem referir qual é a quota envolvida, mesmo depois de questionada pelo Computerworld.

Contudo a posição será suficientemente importante, para Richard Liu, chairman e CEO da JD.com passar a fazer parte do conselho de administração da Farfetch. “Sinto humildade e honra por ter um dos mais lendários empreendedores da Internet– Richard Liu – a integrar o Conselho de Administração da Farfetch, juntamente Dame Natalie Massenet e Jonathan Newhouse, Chairman e CEO da Condé Nast International”, comenta José Neves, CEO da Farfetch.

Richard Liu, chairman e CEO da JD.com

Esta, no quadro do negócio, tem a expectativa de “criar a maior plataforma para marcas de luxo na China” acedendo a um mercado de 80 mil milhões de dólares. Na base das operações estarão “ capacidades inigualáveis de logística, compras online, tecnologia e social media, nas quais se incluem a parceria com a WeChat”, diz um comunicado.

A Farfetch diz ter operações consolidadas na China e conta já com a confiança e parceria de 200 marcas de luxo e mais de 500 retalhistas multi-marca. Mas agora conta usufruir de mais recursos para explorar o mercado chinês:

‒ a JD Luxury Express: um serviço de luxo que a Farfetch poderá passar a prestar também aos seus clientes, e mais ajustado às marcas de escala mundial presentes no seu site. “Para os consumidores Chineses, a combinação do know-how da Farfetch no mercado de luxo com a rapidez e capacidade de entregas da JD, no mesmo dia, e com um serviço extremamente profissional, proporcionarão uma proposta de luxo sem paralelo”, considera;

‒ As marcas parceiras da Farfetch com presença local, assinala, também terão acesso a capacidades omni-canal globais incluindo por exemplo serviços de recolha e devoluções em loja, ligando as lojas físicas das marcas na China aos consumidores;

‒ usufruir da BlackDragon, plataforma tecnológica de marketing digital para diferentes áreas de retalho, eCommerce, tecnologia, finanças, viagens, educação e automóvel. A BlackDragon permitirá à Farfetch ativar vastos recursos de biga data, da JD, para empregar mecanismos automáticos na disseminação e promoção do reconhecimento e posicionamento da marca Farfetch na China.

‒ os utilizadores da Farfetch na China ganharão acesso a uma variedade de serviços financeiros da JD Finance, entre os quais o JD Pay, de pagamentos, incluindo o Baitiao, o canal de microcrédito da JD Finance.

Recurso à bolsa “não é ainda um tema”

O negócio surge quando a JD está a desenvolver um grande enfoque em artigos de moda de luxo e sofisticação, através de dispositivos móveis. “A empresa contratou Winston Cheng como Presidente International para liderar o desenvolvimento dos negócios internacionais com parceiros globais e investimentos no exterior, e separar a JD Fashion numa nova unidade de negócio de e-commerce designando Xia Ding como presidente e dando prioridade à verticalização”, refere uma comunicado da Farfetch.

A Bloomberg diz que o retalhista português conta expandir o seu efectivo de recursos humanos de 50 para 100 pessoas em Xangai, durante 2017. A agência insiste na referência à entrada em bolsa da Farfetch procurando uma valorização na ordem dos cinco mil milhões de dólares.

Mas fonte oficial da empresa reitera que essa possibilidade “não é ainda um tema e nem tem calendário definido”.




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