Sobretudo em projectos de grande dimensão e complexidade a acção dos responsáveis de TI de logística ganha especial importância, incluindo o trabalho com os utilizadores finais internos, sublinha Wilques Erlacher consultor e gestor de desenvolvimento de negócios na Saphety.

Wilques Erlacher, consultor e gestor de desenvolvimento de negócios na Saphety
A implementação da faturação eletrónica beneficia todas as empresas, mas há setores onde o impacto é maior. É o caso da saúde. Se pensarmos na logística por detrás de um centro hospitalar (por mais pequeno que seja) percebemos imediatamente que todos saem a ganhar.
O prazo de pagamento diminui, a gestão contabilística (e dos produtos/serviços requeridos) melhora substancialmente, as despesas inerentes à inserção e tratamento dos dados diminui, os erros caem para valores irrisórios (ou inexistentes) e os recursos humanos podem ser alocados a funções de maior valor.
Mas tudo isto pode ser condicionado pelo fator humano. Um projeto por mais planeamento que tenha depende essencialmente da adesão e vontade dos responsáveis máximos da entidade, do responsável pelo projeto e dos colaboradores.
O caso específico do que está a acontecer num dos maiores centros hospitalares em Portugal é um bom exemplo. O projeto arrancou com um fornecedor internacional e um nacional.
Em parte, para perceber as diferenças e os desafios inerentes a cada um. Mas o que se destaca neste projeto é, por um lado, a dimensão e complexidade do mesmo, a rapidez da implementação, mas também, e principalmente, a parte dos recursos humanos, nomeadamente os dois responsáveis fundamentais ao desenvolvimento, implementação e execução do mesmo: o responsável pelo departamento de TI e o responsável pelo departamento de logística.
Num projeto desta dimensão é essencial que todos os intervenientes falem “uma só língua”. Ou seja, que coordenem esforços e percebam que é algo benéfico para todas as partes. No caso concreto, as TI ajudaram não só com ideias, mas também participando ativamente na integração de todo o processo. Porque, em última análise, isso também simplifica o seu trabalho quotidiano. E convém não esquecer o público interno. De que vale ter uma ferramenta “bonita” se depois não é utilizada pelos colaboradores? A solução, neste caso, passou por uma comunicação simples, mas eficaz, que obteve uma reação muito positiva.
Esta é a altura chave para o setor da saúde começar a pensar no tema da faturação eletrónica. A Diretiva Europeia 55/2014, que obriga a que todos as entidades que se relacionam com o Governo(ou Administração Pública) tenham de usar a fatura eletrónica, está prestes a entrar em vigor. E a tendência é a de que este ponto passe, a breve trecho, a ser um item de exclusão em concursos públicos.