O agente típico fez três a quarto investimentos, cada um de 100 a 250 mil euros, com um enquadramento fiscal do seu desagrado.
O apoio governamental aos “business angels” é essencial mas as condições de elegibilidade para alívio fiscal devem mudar em Portugal, concluiu um estudo das universidades de East Anglia (UEA) e de Glasgow. Conclusões do trabalho assinalam que os agentes continuaram a investir em três ou quatro novos projectos, durante o período de crise financeira (o resgate terminou em 2014).
Cada injecção de capital ficou entre os 100 e 250 mil euros, detalha um comunicado sobre o trabalho realizado por Tiago Botelho (Universidade de East Anglia), José Bilau (Politécnico de Beja), Colin Mason (U. de Glasgow) e Soumodip Sarkar (U. de Évora).
Cerca de 80% também declararam a sua intenção de investir nos 12 seguintes, mesmo com más perspectivas económicas. Embora o estudo confirme que a intervenção do Governo para apoiar o investimento de business angels possa ter um impacto positivo, diferentes tipos de intervenção apelam a diferentes tipos de business Angels, com implicações na sua eficácia, confirma Tiago Botelho, da Norwich Business School (UEA). O desenho dos incentivos também.
“As evidência recolhidas mostram que o objetivo de incrementar o número de agentes activos, por exemplo, aumentando o número de business angels emergentes e novos, exige medidas diferentes do objetivo de incentivar os investidores existentes e activos para aumentar sua atividade de investimento”, nota o investigador.
Por exemplo, os incentivos fiscais propostos tiveram uma baixa taxa de aceitação. Isso sugere a necessidade de ajuste das actuais condições de elegibilidade para a redução de impostos sobre o montante investido, segundo os investigadores.
Apesar de considerarem importante sustentar a formação de jovens empresários e mulheres, como busines angels, preferem a primeira forma de ajuda em vez da despesa em manutenção de uma rede e de formação para investidores.
Ou então a sua substituição por um alívio fiscal no reinvestimento, a medida fiscal mais valorizada pelos agentes. O descontentamento deve ser visto como um aviso ao governo quando forem introduzidas nova legislação, “que não deve obstruir a actividade” dos agentes.
Este aprovam a existência de esquemas de co-investimento, com preferência por fundos de co-investimento passivos, nos quais o investimento ocorre automaticamente sem filtros de selecção de investimentos, eliminando a incerteza para os investidores. Outra das medidas mais populares foi a eliminação da proibição de vender participações durante cinco anos, após um investimento.
Os agentes consideram ainda, segundo a nota, que o apoio do governo a redes de business angels deve ser dirigido principalmente a actividades que melhorem e eficiência do mercado. Apesar de consideraram importante sustentar a formação de jovens empresários e mulheres, como busines angels, preferem a primeira forma de ajuda em vez da despesa em manutenção de uma rede e de formação para investidores.
Não obstante consideram que o apoio do governo a essas redes é essencial mas deve ser baseado num modelo regional. O estudo foi publicado nos European Planning Studies.