Retalhistas poderão obter maior visibilidade sobre como a navegação na rede social resulta em aquisições, mas têm de fornecer dados das lojas físicas à multinacional.
As empresas de retalho interessadas em saber o que levou as pessoas a realizarem de compras nas suas lojas físicas têm uma nova ferramenta para o efeito. O Facebook fez uma revisão das suas ferramentas de analítica para organizações, focada em dar maior suporte à visibilidade sobre como o comportamento online do consumidor se traduz em aquisições.
A nova funcionalidade passou a estar em versão beta para programadores na última terça-feira, como parte das actualizações feitas pela empresa na sua oferta Analytics. Anteriormente denominada Analytics for Apps, foi projectada para ser uma ferramenta completa para auxiliar as empresas a entender o comportamento do utilizador em aplicações para dispositivos móveis, sites, “bots” do Messenger e na rede social.
A Facebook já oferecia às empresas um conjunto de diferentes instrumentos de analítica para monitorizar o comportamento do utilizador, mas a nova proposta conjuga as ferramentas num só serviço. Mas para usar o serviço de rastreio sobre as compras, as empresas têm de carregar os dados da transacção para os servidores da gestora da rede social.
São esses os elementos usados para determinar como a compra corresponde à actividade online. Perceber e ligar o comportamento online e offline dos consumidores tem sido um dos objectivos dos retalhistas conforme a publicidade e comércio são transferidos para as plataformas online.
“Isto é realmente interessante porque conecta [informações sobre os consumidores] da loja com o online”, considera o vice-presidente da Gartner Research, Brian Blau. Será relevante para os retalhistas interessados em perceber a demografia, quem está a entrar nas suas lojas e quem não está, e quão eficaz estão a ser nas suas mensagens, acrescenta.
A Facebook recusa-se a explicar como determina a localização dos utilizadores para fazer as análises. E também não diz como é que os consumidores podem optar por não ser monitorizados.
O suporte da Facebook para as vendas na loja física é semelhante ao recurso de conversões de visitas de loja, disponibilizada no Google AdWords. Essa ferramenta dá um conjunto limitado de anunciantes a capacidade de ver se os anúncios que veiculam através da rede da Google levar a vendas presenciais.
Uma das vantagens que a Facebook tem sobre outros fornecedores de publicidade é que a rede social pode acompanhar os utilizadores onde quer que se autentiquem. Isso oferece um alvo mais atraente para os anunciantes.
“Como as pessoas costumam fazer ‘login’ na Facebook, por diferentes dispositivos e canais, percebe-se quando diferentes dispositivos e canais são usados pela mesma pessoa”, diz a empresa numa declaração por e-mail.
Mas esta recusa-se a explicar como determina a localização dos utilizadores para fazer as análises. E também não diz como é que os consumidores podem optar por não ser monitorizados.
A monitorizar o comportamento do consumidor nas compras offline encaixa-se perfeitamente com as outras ferramentas da Facebook, projectadas para ajudar as empresas a rastrear os seus utilizadores de forma agregada numa variedade de plataformas digitais.
Ferramentas agregadas no serviço Analytics
A ferramenta Analytics recebeu vários recursos adicionais na última terça-feira, mostrados durante a conferência de programadores, F8, em São José (Califórnia).
A analítica fornecida pela Pages, que as empresas podem usar para rastrear as interacções dos utilizadores, com as marcas de produtos, foram integrados no restantes do serviço de medição. Essa integração também significa que é possível às empresas perceberem, por exemplo, que percentagem de utilizadores gostam de um “post” e consequentemente vão realizar uma compra online.
A Facebook criou também um novo recurso para obtenção de perspectivas aprofundadas com o serviço Analytics, capaz de detectar e destacar automaticamente anomalias nos dados das empresas. Por exemplo, o serviço evidenciará as alterações nas compras dos utilizadores após a actualização de uma aplicação.
Está disponível em versão beta aberta. As empresas também poderão configurar os seus próprios painéis de informação para combinar todas os indicadores que considerem importantes.
O novo serviço Analytics tem outra vantagem: é gratuito. A Facebook já está a obter receitas quando as empresas compram os vários tipos de publicidade que fornece.