O CEO, Miguel Luz Pinto, admite que a facturação da empresa que lidera recuou, em 2016. Mas sublinha o aumento do número de clientes e de projectos obtidos.

Miguel Luz Pinto, CEO da Dois
Embora as contas da Dois sobre 2016 ainda não estejam fechadas, o CEO da empresa, Miguel Luz Pinto assume já um decréscimo no volume de negócios da organização face a 2015. Neste ano, a organização teve um “grande projecto” que elevou a facturação da empresa para o patamar dos 5,5 milhões de euros e isso já não aconteceu no exercício passado
Mas o responsável não se queixa, prefere olhar para os números mais positivos de alguns indicadores e evidencia o pendor expansivo da Dois. Tanto em áreas de actividade, como em foco geográfico, apesar da consolidação. Reforçar a presença no norte do país é um dos objectivos.
Computerworld ‒ Que resultados teve a maior aposta da Dois na vertente comercial?
Miguel Luz Pinto ‒ Em 2016, a Dois duplicou o seu número de clientes e registou um aumento significativo do número de projectos em novas áreas de negócio, e não apenas na de virtualização, o seu “core business” original. O aumento do número de projectos em novas áreas de negócio, resultou da forte aposta na parceria com a Huawei, colaboração que este ano celebra três anos.
A empresa alcançou a distinção e o prémio de “Best Partner of the Year da Huawei”, tendo em conta a estratégia deste fabricante chinês para o mercado português no que diz respeito à área de “Enterprise Business”. O balanço positivo e a própria reinvenção da empresa estão directamente relacionados com a consolidação da aposta na parceria com a Huawei, que data de 2015. Hoje a Dois actua noutras áreas que vão muito além da virtualização e das soluções de datacenter, como são exemplos os seus projetos de networking, em particular, switching e routing, projectos de colaboração, com incidência em soluções de telefonia e videoconferência, soluções de contact center e ainda um importante projecto na vertente de SAP Hana.
Como factores diferenciadores da empresa destacam-se ainda a sua forte componente de consultoria aliada aos serviços profissionais e aos serviços de gestão e suporte das suas equipas.
CW ‒ Qual foi o volume de negócios da empresa em 2016?
MLP ‒ Em 2015, a Dois facturou 5,5 milhões de euros, sendo que o ano de 2016 só ficará fechado em Junho de 2017. Contudo, a facturação de 2016 foi inferior, pois não tivemos um projeto de grande dimensão como aconteceu em 2015.
Não obstante conseguimos um volume de negócios similar, mas diminuindo o risco, pois conquistámos mais de 40 novos clientes, tendo melhorado o EBITDA. A Dois com o seu crescimento exponencial e crescentes solicitações internas aliada à mudança da conjuntura internacional, optou em 2017, por uma consolidação em Portugal, para dar sequência a um 2016 que se revelou muito bom.
CW ‒ Quanto representou o negócio na área de centros de dados em 2016? Como está a evoluir em 2017?
MLP ‒ O ano de 2016 consolidou a Dois como parceiro referência Huawei nesta área, a qual tem uma representatividade de 32% no negócio da Dois. Prevemos que em 2017 exista uma maior procura de soluções pelos bons indicadores do primeiro trimestre.
CW ‒ Como evoluiu o negócio na área de IoT?
MLP ‒ A Dois está a (re) fazer o seu caminho nesta área depois de um projeto internacional no qual o piloto foi extremamente bem sucedido, mas que face à conjuntura global, foi colocado em “stand by” no final de 2016. Face aos desafios nacionais que a empres tem pela frente, a IoT não é uma área “core”.
Contudo, será sempre uma área de negócio complementar e nesse sentido, torna-se essencial acompanhar, desenvolver e saber implementar as melhores soluções na vertente do IoT, e como tal na qualidade de integrador contemplamos esta área no portefólio da Dois. Acreditamos que há coisas que vieram para ficar no sector das TIC, e de facto, a IoT é uma delas.
CW ‒ Quais foram as áreas de negócio de maior valor na facturação em 2016?
MLP ‒ Entre as áreas de maior procura na Dois encontram-se os projectos de construção e migração de datacenter, implementação de rede de switching, virtualização de postos de trabalho, soluções de telefonia e videoconferência e SAP Hana. Quanto aos principais setores de atividade, destacam-se a Administração Pública, a banca e seguros, as farmacêuticas/saúde, transportes & logística, retalho, serviços, telecomunicações e energia.
CW ‒ Com quantos trabalhadores é que a empresa terminou 2016? Quantos poderá contratar em 2017?
MLP ‒ No final de 2016, a equipa da empresa era composta por 16 colaboradores e actualmente é constituída por 23 pessoas, sendo que até ao final de 2017 prevê-se o reforço da equipa com especial enfoque na área técnica e suporte.
CW ‒ Quais são as prioridades da empresa para 2017? E qual é a previsão de crescimento?
MLP ‒ O ano de 2017 será pautado pelo reforço e consolidação da Dois no mercado e, consequentemente, pela parceria com a Huawei bem como com os seus outros parceiros de negócio onde se encontram a Altitude, a DataCore Software, Fortinet, Netwrix, Veeam e VMware.
No global do nosso portefólio prevemos um crescimento de 15% relativamente a 2016. A área de “wireless” revela-se muito promissora, uma vez que actualmente as empresas sentem a necessidade de disponibilizar Wi-Fi aos seus clientes, tal como antecipamos um aumento dos projetos em soluções de colaboração, em particular, comunicações unificadas.
Cada vez mais a questão da cibersegurança e da proteção de dados é algo que preocupa muito as empresas e os seus decisores, revelando-se uma boa oportunidade, já que a organização detém no seu portefólio algumas soluções de videovigilância. São projectos para os quais deveria haver uma maior sensibilidade, quer por parte do setor público quer do privado, tendo em conta a entrada em vigor da lei da proteção de dados já no próximo ano de 2018.
Até ao final de 2017, a Dois pretende ainda abrir um escritório no Porto para uma maior aproximação aos seus “prospects” nesta zona geográfica do país, alastrando assim o seu raio de acção criando maior conforto, proximidade e afinidade com os seus contactos.
Este ano, a empresa procura necessariamente renovar a sua certificação ISO:9001, obtida em 2016, bem como alcançar uma nova certificação, a ISO:14001, referente ao sistema de gestão ambiental. Isso tem em conta as necessidades actuais e a crescente exigência dos clientes em determinados projetos, estando a Dois sempre atenta ao dinamismo e às tendências do mercado nacional das TIC.