Apple poderá comprar unidade de semicondutores da Toshiba

A Apple, em parceria com a a chinesa Foxconn, poderá comprar uma posição significativa da fábrica de semicondutores da Toshiba.

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O “Nikkei Asian Review” revelou que a Toshiba poderá vender uma participação de 20% daquele negócio por entre 1,77 mil milhões de dólares e 2,65 mil milhões de dólares, “mantendo uma participação maioritária e as receitas integradas nos resultados financeiros da empresa”.

Em Janeiro a Toshiba anunciou oficialmente que pretende alienar parte do negócio de memória flash, incluindo o negócio SSD da divisão de soluções de dispositivos electrónicos e de armazenamento, a um comprador cuja identidade não foi divulgada, recorda a IDG.

As capacidades de solvência e de captação de fundos da Toshiba foram postas em causa após um escândalo contabilístico na ordem dos 1,9 mil milhões de dólares e devido também a um elevado prejuízo relacionado com a aquisição de um negócio de energia nuclear nos EUA.

A Toshiba, que inventou o flash NAND no início da década de 1980, está a considerar alienar as operações de semicondutores e vender parte do negócio à Western Digital e a outras empresas para procurar mitigar os efeitos das perdas elevadas na unidade norte-americana de energia nuclear.

A IDG adianta que nem a Toshiba nem a Western Digital confirmaram para já possível negócio. Já este ano, a Toshiba apresentou perdas de 6,56 mil milhões de euros relacionados com a operação nuclear nos EUA e espera compensar esse prejuízo através de uma venda.

“Um fornecedor interno pode ser bom em momentos de escassez, mas pode ser um problema quando há excesso de oferta”, Jim Handy, analista da Objective-Analysis.

“Aqueles problemas financeiros afectaram bastante o crescimento do negócio de memória”, disse anteriormente, em entrevista, Sean Yang, analista da DRAMeXchange”. Ao longo do tempo os analistas identificaram vários potenciais compradores, incluindo a Apple, como avança a agência de notícias financeiras Bloomberg.

A Apple estará a considerar investir milhares de milhões no negócio de memórias da Toshiba. Por seu lado, Jim Handy, analista da Objective-Analysis, refere que, se a Apple comprar o negócio de semicondutores da Toshiba, seria uma mudança importante para a empresa que, historicamente, tem subcontratado a construção de peças e a mão-de-obra relacionada.

“A Seagate e a Western Digital acreditavam que a integração vertical seria necessária para se ser competitivo no mercado SSD, apesar de a Seagate ter aparentemente alterado a sua posição”, acrescenta Handy. “Um fornecedor interno pode ser bom em momentos de escassez, mas pode ser um problema quando há excesso de oferta”.

A Semicondutor Manufacturing, um dos principais fornecedores da Apple, terá dito que não está a participar nas negociações depois de ter considerado o possível negócio “interessante”. Noutro relatório, a Western Digital aparenta não estar satisfeita com as intenções de venda do negócio de memória da Toshiba.

Western Digital preocupada

A Western Digital terá escrito à Toshiba referindo que a possível venda compromete o acordo de joint-venture, no âmbito da FlashAlliance, para produzir memória flash no Japão, em fábricas geridas pela Toshiba. A primeira  detém 49,9% da FlashAlliance e a Toshiba 50,1%.

Para já, qualquer venda do negócio de memórias poderá ficar sem efeito devido às preocupações da Western Digital.  Da perspectiva da procura e da oferta, se a Toshiba vender de facto a maioria da sua operação – ou até a totalidade da unidade – terá pouco efeito no mercado de memórias como um todo, assinala Handy.

“Do ponto de vista da segurança nacional, o Japão está preocupado com a possível perda do controlo de uma tecnologia importante que passaria a ser detida por uma empresa com sede num país com uma história difícil com o Japão”, diz Handy, referindo-se à Foxxcon e à China.

“Da perspectiva da Western Digital é realmente estranho, porque têm tido uma excelente relação de trabalho e entendimento com a Toshiba, mas não necessariamente com o comprador”, conclui o analista.




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